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Sementes de Cheirosa – Lippia lupulina

Vendido por: Verde Novo
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Família: Verbenaceae
Espécie: Lippia lupulina
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotiledôneas)
Ordem: Lamiales

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Introdução & Nomenclatura da Cheirosa

No vasto universo das plantas do Cerrado, encontramos espécies que desafiam nossas noções convencionais de beleza. A Cheirosa, cientificamente conhecida como Lippia lupulina, é uma dessas plantas extraordinárias. Seu nome popular, “Cheirosa”, é um tributo direto à sua natureza aromática. Como um membro da nobre família Verbenaceae, a mesma da verbena e da erva-cidreira, suas folhas e ramos são ricos em glândulas que, ao serem tocadas, liberam um perfume forte e característico, uma assinatura olfativa da sua identidade. Mas a magia desta planta não reside apenas em seu aroma. Seu nome científico nos dá a pista para sua característica mais fascinante. O epíteto específico, lupulina, é uma referência direta ao lúpulo (*Humulus lupulus*), a planta cujas inflorescências em forma de cone são o ingrediente essencial da cerveja. A inflorescência da *Lippia lupulina*, com suas brácteas sobrepostas e coloridas, se assemelha a um pequeno e delicado cone de lúpulo, uma convergência de formas que a botânica soube eternizar em seu nome.

A nomenclatura científica, Lippia lupulina Cham., nos posiciona dentro do grande e importante gênero *Lippia*, que abrange arbustos e ervas de grande valor medicinal e aromático em todo o mundo. A espécie foi descrita pelo naturalista e poeta franco-alemão Adelbert von Chamisso, que participou de uma expedição de circum-navegação no início do século XIX. A história taxonômica da espécie inclui alguns sinônimos, como *Lippia claussenii* e *Lippia francensis*, que hoje são reconhecidos como parte da variação natural desta espécie de ampla distribuição. Estudar a Cheirosa é, portanto, uma jornada sensorial e intelectual. É se encantar com seu perfume, se surpreender com a arquitetura de suas “flores” e valorizar uma espécie nativa que é um pilar da biodiversidade dos nossos campos. Cada semente sua é uma promessa de um novo arbusto que irá perfumar a paisagem, atrair polinizadores e demonstrar a incrível resiliência da flora brasileira.

Aparência: Como reconhecer a Cheirosa

A identificação da Cheirosa no campo é uma experiência que encanta pela sua forma única e pela sua textura aveludada. A Lippia lupulina se apresenta como um subarbusto ou arbusto de pequeno porte, que geralmente atinge de 30 a 80 cm de altura. A planta forma touceiras, com múltiplos ramos eretos e de secção quadrangular que partem de uma base lenhosa. O segredo de sua resistência está escondido sob a terra: um xilopódio bem desenvolvido, uma estrutura subterrânea que armazena água e nutrientes, permitindo que a planta rebrote com vigor após a seca e o fogo. Os ramos e as folhas são densamente cobertos por pelos (são tomentosos a vilosos) e por glândulas, o que confere à planta uma textura macia, aveludada, e uma coloração verde-acinzentada.

As folhas são opostas e decussadas (os pares de folhas se cruzam em um ângulo de 90 graus em relação ao par seguinte), de formato que varia de oval a quase circular, com as margens crenadas ou serrilhadas. Ao serem maceradas, liberam o aroma forte que dá nome à planta. O grande espetáculo da Cheirosa, no entanto, é a sua inflorescência, que é a origem de seu nome *lupulina*. As inflorescências são axilares, ou seja, surgem na junção das folhas com o caule, e têm um formato globoso, como uma pequena bola ou um cone. O que vemos e admiramos não são as flores em si, mas as brácteas que as envolvem. As brácteas são folhas modificadas, grandes, membranáceas e dispostas em espiral, que se sobrepõem como as escamas de uma pinha. A cor dessas brácteas é o seu maior atrativo, variando do lilás ao rosa ou magenta. Escondidas dentro desta estrutura colorida e protetora, encontram-se as flores verdadeiras, que são muito pequenas, tubulares (hipocrateriformes) e de cor rosa, com a garganta (fauce) amarelada. A inflorescência da Cheirosa é, portanto, uma obra de arte da natureza, uma “flor de papel” que dura por muito tempo na planta, mantendo sua cor e sua forma, e que é completamente diferente de tudo o que se vê nos campos.

Ecologia, Habitat & Sucessão da Cheirosa

A ecologia da Lippia lupulina é a de uma especialista em ambientes abertos e ensolarados, uma espécie de uma plasticidade e de uma resiliência notáveis. A Cheirosa é uma planta nativa de vasta distribuição no Brasil, sendo encontrada em praticamente todos os biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Sua presença, no entanto, está sempre associada a fisionomias campestres e de savana dentro desses biomas. Ela é um componente fundamental do estrato herbáceo-arbustivo do Cerrado, dos Campos Rupestres, dos Campos de Altitude e das Campinaranas amazônicas. É uma planta que precisa de sol pleno para prosperar e que se especializou em viver em solos pobres, arenosos e bem drenados.

No grande processo de regeneração natural, a Cheirosa é uma espécie pioneira por excelência. Sua capacidade de colonizar áreas abertas, campos recém-queimados e solos degradados é extraordinária. Sua principal estratégia de sobrevivência é o xilopódio, seu órgão de reserva subterrâneo. Esta estrutura permite que a planta sobreviva aos incêndios que são um elemento natural do Cerrado. Enquanto a parte aérea é consumida pelo fogo, o xilopódio permanece protegido sob o solo, pronto para emitir novos brotos vigorosos assim que as condições se tornam favoráveis. Este ciclo de queima e rebrota é uma parte fundamental da ecologia da espécie. As interações da Cheirosa com a fauna são muito ricas. Suas inflorescências coloridas e suas flores perfumadas são um grande atrativo para os insetos polinizadores. Abelhas, vespas e borboletas são visitantes frequentes, que buscam o néctar escondido entre as brácteas e, ao fazerem isso, realizam a polinização. A planta também é uma fonte de compostos aromáticos que podem funcionar como defesa contra herbívoros. A dispersão de suas pequenas sementes é provavelmente feita pelo vento e pela gravidade. A Cheirosa é, portanto, um elemento essencial para a saúde e a dinâmica dos nossos ecossistemas campestres, uma planta que protege o solo, que alimenta os polinizadores e que simboliza a incrível capacidade de regeneração da vida.

Usos e Aplicações da Cheirosa

A Lippia lupulina é uma planta de um imenso potencial, cujas aplicações vão da medicina popular ao paisagismo e à recuperação de ecossistemas. O principal uso da Cheirosa, derivado de seu aroma e de sua química, é o medicinal. Como um membro do gênero *Lippia*, famoso por suas plantas medicinais, a Cheirosa é amplamente utilizada na medicina popular. O chá de suas folhas e inflorescências é empregado como calmante, para aliviar a ansiedade e a insônia. Também é utilizado para tratar problemas digestivos, como cólicas e indigestão, e como expectorante para aliviar tosses e resfriados. Seus óleos essenciais, ricos em compostos como o linalol e o cineol, são responsáveis por muitas dessas propriedades e são objeto de estudo pela ciência para o desenvolvimento de novos fitoterápicos.

No paisagismo, a Cheirosa é uma joia de valor inestimável, especialmente para jardins de estilo naturalista e de baixa manutenção. Sua forma de crescimento em touceiras, sua folhagem de textura aveludada e, principalmente, suas inflorescências únicas e coloridas, que parecem cones de lúpulo cor-de-rosa, a tornam uma planta de grande efeito ornamental. Ela é perfeita para a formação de maciços, para bordaduras de canteiros e para jardins de pedras. Por ser extremamente resistente à seca e adaptada a solos pobres, é uma escolha ideal para o xeripaisagismo, a jardinagem com baixo consumo de água. Além da beleza, ela é uma planta funcional, pois atrai uma grande quantidade de borboletas e abelhas, contribuindo para a biodiversidade do jardim. Na restauração ecológica de áreas de Cerrado e de Campos Rupestres, o plantio da Cheirosa é uma excelente estratégia. Por ser uma pioneira rústica, ela ajuda a cobrir o solo, a protegê-lo da erosão e a iniciar o processo de recuperação da comunidade de plantas e de insetos. A decisão de cultivar a Cheirosa é uma escolha pela beleza, pela saúde e pela ecologia. É trazer para o jardim o perfume dos nossos campos, uma flor de uma arquitetura singular e um santuário para as borboletas.

Cultivo & Propagação da Cheirosa

O cultivo da Cheirosa é uma forma de trazer para o jardim um pedaço da beleza e da resiliência dos campos brasileiros, uma planta de baixa manutenção e de um charme único. A propagação da Lippia lupulina pode ser feita tanto por sementes quanto por métodos vegetativos, como a divisão de touceiras ou a estaquia. A propagação por sementes é um método viável. As sementes são muito pequenas e estão contidas na base das flores, dentro das brácteas. A coleta deve ser feita quando as inflorescências estão secas. A semeadura deve ser superficial, sobre um substrato bem drenado e arenoso, pois as sementes provavelmente necessitam de luz para germinar.

No entanto, o método mais fácil, rápido e garantido de propagar a Cheirosa é pela divisão de touceiras. Como a planta possui um xilopódio, uma touceira adulta pode ser cuidadosamente desenterrada durante o período de dormência (estação seca) e seu órgão subterrâneo pode ser dividido em várias partes, garantindo que cada parte tenha gemas de brotação. Essas seções podem ser replantadas diretamente no local definitivo. A propagação por estacas de ramos semi-lenhosos também é possível. As estacas devem ser plantadas em um substrato úmido e mantidas em ambiente protegido até o enraizamento. Uma vez estabelecida, a Cheirosa é uma planta de uma rusticidade extrema. Sua principal exigência é sol pleno durante a maior parte do dia e um solo extremamente bem drenado. Ela não tolera solos argilosos e compactados que retenham água. É a planta perfeita para os locais mais ensolarados e secos do jardim. Não necessita de regas constantes, sendo muito resistente à seca, nem de adubação. Uma poda no final do inverno, removendo os ramos secos, pode ajudar a estimular uma brotação mais densa e uma floração mais intensa na primavera. Cultivar a Cheirosa é um convite à simplicidade, uma lição de como a beleza mais sofisticada pode vir da planta mais rústica e resistente.

Referências

• Salimena, F. R. G., & Mulgura, M. (2015). *Lippia* in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso contínuo para a verificação da nomenclatura oficial, sinônimos e distribuição geográfica da espécie.
• Lorenzi, H., & Matos, F. J. A. (2008). Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.
• Artigos científicos sobre a fitoquímica e as propriedades medicinais do gênero *Lippia*, e sobre a flora e a ecologia dos Campos Rupestres e do Cerrado, disponíveis em bases de dados como SciELO e Google Scholar.
• Manuais de paisagismo com plantas nativas do Cerrado e guias de jardinagem de baixa manutenção.

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