Infinity@1x-1.0s-249px-249px
0%
Loading ...
, , , , ,

Sementes de Sucupira – Pterodon emarginatus

Vendido por: Verde Novo
Disponibilidade:

Fora de estoque


Família: Fabaceae
Espécie: Pterodon emarginatus
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotiledôneas)
Ordem: Fabales

Este produto está fora de estoque e indisponível.

Report Abuse

Mais Fornecedores

Price
Rating

Introdução & Nomenclatura da sucupira

A sucupira, conhecida cientificamente como Pterodon emarginatus, é uma árvore emblemática do Cerrado brasileiro, cuja presença se estende também a outros biomas, como a Mata Atlântica e a Caatinga, em áreas de transição. Seu nome ecoa nas vozes de comunidades tradicionais, raizeiros e agricultores que há gerações a utilizam não só por sua madeira e beleza, mas principalmente por suas propriedades medicinais que a tornaram uma das espécies mais populares da fitoterapia nacional.

Além de “sucupira”, essa árvore também é chamada de sucupira-branca, sucupira-do-campo, sucupira-lisa, e sucupira-verde, dependendo da região. Seu nome popular remete à dureza da madeira e ao valor de suas sementes, enquanto o nome científico Pterodon emarginatus descreve a forma das suas folhas compostas e folíolos com recorte (ou “emarginação”) na ponta.

Atualmente, Pterodon emarginatus é o nome aceito, mas a espécie também já foi referida por sinônimos como Pterodon pubescens Benth., considerado inválido nas bases botânicas mais recentes.

Esta árvore representa uma ponte entre saberes populares e a ciência contemporânea. Seu óleo, extraído das sementes, é amplamente utilizado na medicina popular para tratar inflamações, dores articulares e doenças reumáticas. Essa importância cultural e terapêutica, aliada à sua relevância ecológica, torna a sucupira uma espécie estratégica para projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas em regiões de Cerrado.

Naturalmente adaptada a solos pobres e climas marcados por estações secas intensas, a sucupira é uma árvore resiliente, símbolo de força e cura da paisagem do interior do Brasil. Suas sementes, envoltas por uma cápsula dura e aromática, são verdadeiros relicários de biodiversidade e saúde. Ao cultivar uma sucupira, não se planta apenas uma árvore: cultiva-se uma herança viva da medicina natural brasileira e da resistência do Cerrado.

Aparência da sucupira

A sucupira é uma árvore de presença marcante, capaz de atingir entre 8 e 16 metros de altura, com um tronco ereto e cilíndrico que pode ultrapassar 40 centímetros de diâmetro. Sua casca é de coloração cinza a castanho-clara, espessa e profundamente sulcada em exemplares mais velhos, conferindo um aspecto rústico que se harmoniza com as paisagens do Cerrado. Apesar de sua robustez, carrega uma elegância natural, com copa geralmente arredondada e medianamente densa, que fornece sombra suave, ideal para sistemas agroflorestais e áreas de regeneração.

As folhas da sucupira são compostas pinnadas, geralmente com três a cinco folíolos coriáceos de formato ovalado, com ápice levemente entalhado — característica que dá origem ao nome da espécie (“emarginatus”). A coloração das folhas varia do verde claro ao verde escuro, com leve brilho na face superior e textura mais pálida e opaca na inferior. Durante o período seco, a planta pode perder parte das folhas, mostrando sua adaptação à estacionalidade climática do Cerrado.

A floração é um espetáculo à parte. De setembro a novembro, a sucupira se enche de flores papilionadas, pequenas e delicadas, com coloração branco-creme a levemente amarelada. Essas flores atraem abelhas e outros polinizadores, sendo especialmente importantes para espécies nativas de abelhas sem ferrão. A exuberância floral, embora discreta em tamanho, é intensa em volume e perfume, preenchendo a paisagem com uma beleza sutil e vital.

O fruto da sucupira é uma vagem lenhosa e dura, com forma ovalada a arredondada, medindo cerca de 3 a 6 centímetros de comprimento. Ele possui uma textura rugosa e espessa, geralmente de coloração marrom-acinzentada quando maduro. No interior, guarda uma única semente oleaginosa, que exala um aroma característico — forte, resinoso e penetrante — facilmente reconhecível por quem já teve contato com a espécie. Essas sementes são os principais órgãos utilizados na medicina tradicional, sendo também o foco da coleta e do comércio.

A presença da sucupira no campo é inconfundível para quem a conhece: seja pelo aspecto do tronco, pela textura das folhas ou pelo odor marcante das sementes, ela guarda uma identidade visual e sensorial única. Mesmo sem flores ou frutos visíveis, um olhar atento e treinado sabe reconhecê-la em meio às demais árvores do Cerrado.

Ecologia, Habitat & Sucessão da sucupira

A sucupira (Pterodon emarginatus) é uma espécie genuinamente brasileira, profundamente enraizada nos biomas mais resilientes do país. Sua ocorrência natural se dá principalmente no Cerrado, onde encontra as condições ideais para seu desenvolvimento. No entanto, também pode ser encontrada em áreas de transição com a Mata Atlântica e a Caatinga, revelando sua ampla adaptabilidade ecológica. Está presente em quase todos os estados da região Centro-Oeste, boa parte do Sudeste (especialmente Minas Gerais e São Paulo) e em algumas áreas do Nordeste e Norte, como Tocantins, Bahia, Maranhão e Pará.

A árvore cresce preferencialmente em altitudes que variam de 300 a 1000 metros, prosperando em solos arenosos ou argilosos, bem drenados, frequentemente ácidos e com baixa fertilidade — uma condição comum nos chapadões do Cerrado. A sucupira está bem adaptada a longos períodos de seca e altas temperaturas, características marcantes desse bioma, demonstrando uma impressionante resistência à estiagem. Sua presença em áreas abertas e de vegetação campestre indica seu comportamento pioneiro, ainda que seu crescimento seja relativamente lento quando comparado a outras espécies colonizadoras.

Classificada como uma espécie **pioneira ou secundária inicial**, a sucupira cumpre um papel fundamental em processos de regeneração natural e reflorestamento de áreas degradadas. Sua capacidade de se estabelecer em ambientes adversos a torna valiosa para projetos de restauração ecológica, especialmente em regiões afetadas por queimadas, desmatamento ou uso intensivo do solo.

Ecologicamente, a sucupira contribui para a estabilidade do ambiente onde ocorre. Suas flores são importantes fontes de néctar para abelhas e outros polinizadores nativos, enquanto seus frutos e sementes atraem roedores e aves que participam da dispersão, ainda que a dispersão anemocórica (pelo vento) também seja comum devido ao formato dos frutos. Suas raízes ajudam na estruturação do solo e na retenção de água, tornando-a útil para o controle da erosão.

Durante os períodos secos, ela perde parte de suas folhas em um comportamento adaptativo que reduz a transpiração e conserva energia, característica típica da vegetação do Cerrado. Esse ciclo fenológico alinhado às estações contribui para a ciclagem de nutrientes no solo, enriquecendo o ambiente e abrindo caminho para espécies mais exigentes em estágios posteriores da sucessão.

Em síntese, a sucupira é mais do que uma árvore medicinal ou paisagística: é uma engenheira ecológica, cuja presença favorece o retorno da vida em solos castigados. Uma guardiã da biodiversidade nativa e uma aliada estratégica na construção de paisagens mais resilientes e funcionais.

Usos e Aplicações da sucupira

A sucupira é uma daquelas espécies que dialogam tanto com a terra quanto com a cultura. Seus usos vão além do campo medicinal, estendendo-se à recuperação ambiental, ao paisagismo rústico e até à valorização da sabedoria popular brasileira. Cada parte da planta — da raiz às sementes — possui alguma aplicação prática, tornando-a uma aliada versátil e valiosa em múltiplos contextos.

O uso mais difundido da sucupira está ligado às suas sementes, ricas em óleos essenciais e compostos bioativos com propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antioxidantes e antimicrobianas. Elas são tradicionalmente empregadas no tratamento de dores articulares, artrites, reumatismos, inflamações intestinais e até mesmo como auxiliar em casos de diabetes. O preparo costuma ocorrer na forma de chás, tinturas, óleos e cápsulas — uma herança viva do saber popular que tem sido, aos poucos, confirmada por estudos farmacológicos contemporâneos.

Além disso, o óleo extraído das sementes apresenta potencial em formulações cosméticas, principalmente para cremes com ação anti-inflamatória, loções de uso tópico e produtos naturais voltados ao alívio de dores musculares. A fragrância intensa e resinosa das sementes, ainda que não seja considerada agradável por todos, é um indicativo de sua riqueza química.

No paisagismo, a sucupira oferece sombra moderada, estética rústica e rusticidade ímpar. Seu uso é especialmente valorizado em projetos de reflorestamento urbano, recuperação de áreas degradadas e bordas de parques ecológicos, onde seu porte médio, copa arredondada e baixa exigência de manutenção são diferenciais importantes. Em projetos de agrofloresta, ela pode ser usada como árvore de estrutura e sombra temporária, abrindo caminho para espécies mais exigentes à medida que amadurece.

Ecologicamente, a sucupira é muito empregada em iniciativas de restauração do Cerrado e na recomposição de matas ciliares em regiões mais secas. Sua resistência à seca, crescimento em solos pobres e contribuição para o equilíbrio do microclima tornam-na uma candidata ideal para compor mosaicos de diversidade e funcionalidade ecológica. Além disso, sua interação com polinizadores nativos é estratégica para a regeneração das cadeias tróficas locais.

Do ponto de vista madeireiro, embora sua madeira não seja a mais valorizada comercialmente, ela é resistente, de coloração clara a castanha, e serve para usos diversos em carpintaria leve, mourões, lenha e carvão, especialmente em regiões onde a espécie é abundante. Sua extração, no entanto, deve ser sempre controlada, dado seu papel vital na regeneração ecológica.

Por fim, há ainda o valor simbólico da sucupira. Nas feiras de plantas medicinais, ela é apresentada como um símbolo de cura e resistência. Em muitas comunidades, é associada à força e à persistência — virtudes que refletem seu ciclo de vida e sua capacidade de se manter em pé mesmo nas terras mais áridas.

Plantar uma sucupira é, assim, mais do que cultivar uma árvore: é perpetuar uma herança de cura, resiliência e respeito pela natureza brasileira.

Cultivo & Propagação da sucupira

O cultivo da sucupira é um convite à paciência e ao cuidado, recompensado por uma árvore robusta, medicinal e profundamente adaptada aos solos e climas do Cerrado. Suas sementes são coletadas diretamente dos frutos maduros, que caem espontaneamente no final da estação seca, geralmente entre agosto e outubro. O fruto lenhoso, quando bem seco, se rompe com facilidade, revelando a semente aromática envolta em uma película oleosa e brilhante.

Antes da semeadura, é recomendada a **quebra de dormência** para acelerar e uniformizar a germinação. A técnica mais comum e eficaz é a **escarificação mecânica leve**, com auxílio de lixa ou corte superficial na testa da semente, tomando cuidado para não atingir o embrião. Em alternativa, a **imersão em água morna (não fervente)** por 12 a 24 horas também pode ser usada, embora com taxa de germinação mais variável.

A semeadura pode ser feita diretamente em saquinhos de viveiro ou em canteiros com posterior repicagem. As sementes devem ser enterradas a cerca de 1,5 a 2 centímetros de profundidade em substrato bem drenado, com boa proporção de matéria orgânica, areia e terra vegetal. A germinação ocorre em 10 a 25 dias, dependendo das condições de temperatura e umidade. O ambiente ideal é de meia-sombra nos primeiros dias, com regas regulares, evitando o encharcamento, que pode favorecer o surgimento de fungos.

As mudas de sucupira desenvolvem-se de forma moderada, exigindo entre 3 e 5 meses para alcançar o porte ideal de plantio em campo (cerca de 30 a 50 cm de altura). O transplante deve ser feito no início da estação chuvosa, garantindo boa adaptação e enraizamento. O espaçamento recomendado em reflorestamentos é de 3 x 3 metros, podendo variar conforme o objetivo do plantio (sombra, recuperação ambiental, produção de sementes).

A espécie apresenta boa rusticidade e raramente é atacada por pragas, mas o controle de formigas cortadeiras é essencial nos primeiros meses após o plantio. Em solos muito compactados ou sujeitos a alagamentos prolongados, o desenvolvimento pode ser limitado. Por outro lado, solos bem drenados e com insolação plena favorecem o crescimento saudável e a frutificação abundante.

A frutificação geralmente começa entre o 4º e o 6º ano após o plantio, podendo variar conforme as condições ambientais. Uma vez adulta, a árvore produz anualmente e suas sementes permanecem viáveis por vários meses se armazenadas em local seco, fresco e ventilado.

Para projetos comerciais ou comunitários de produção de óleo, é importante planejar cultivos em escala e considerar a colheita mecanizada dos frutos, que caem naturalmente no solo. Já para usos paisagísticos ou em sistemas agroflorestais, a sucupira oferece beleza discreta, funcionalidade ecológica e forte valor simbólico, sem exigir podas frequentes ou adubação intensiva.

Ao semear sucupira, cultiva-se mais do que uma árvore: cultiva-se uma farmácia viva, uma guardiã da biodiversidade e um elo entre o presente e os saberes ancestrais que aprenderam a curar com o que a terra oferece.

Referências da sucupira

Para compor esta descrição sobre a sucupira (Pterodon emarginatus), foram consultadas fontes científicas, técnicas e etnobotânicas confiáveis, que asseguram a veracidade das informações apresentadas. Os dados sobre morfologia, ecologia e distribuição geográfica baseiam-se nas seguintes referências:

• Flora do Brasil 2020 — Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br
• Lorenzi, H. (2002). Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Vol. 1 e 2. Instituto Plantarum de Estudos da Flora.
• Embrapa Cerrados. Espécies Nativas do Cerrado com potencial para recuperação ambiental e produção.
• Brandão, M. G. L. et al. (2008). Plants and plant-derived preparations used in Brazilian folk medicine for the treatment of arthritis. Journal of Ethnopharmacology.
• Medeiros, J. P. & Ferreira, P. M. P. (2010). Uso tradicional e propriedades farmacológicas da sucupira (Pterodon spp.). Revista Brasileira de Farmacognosia.
• Instituto Socioambiental (ISA). Povos e Comunidades Tradicionais e o uso de plantas medicinais no Brasil.
• Carvalho, P. E. R. (2003). Espécies arbóreas brasileiras. Embrapa Florestas.

Essas obras e bancos de dados foram escolhidos por sua relevância científica, abrangência e compromisso com o conhecimento botânico, ecológico e etnobotânico do Brasil.

As informações não encontradas em fontes verificadas até a data de hoje (08/07/2025) foram devidamente assinaladas com a expressão padrão recomendada.

CARRINHO DE COMPRAS

close