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Sementes de Capim vermelho – Schizachyrium sanguineum

Vendido por: Verde Novo
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Família: Poaceae
Espécie: Schizachyrium sanguineum
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Liliopsida (Monocotiledôneas)
Ordem: Poales

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Introdução & Nomenclatura do Capim-vermelho

No imenso e diversificado tapete de gramíneas que cobre as paisagens abertas do Brasil, poucas espécies capturam o olhar com a mesma intensidade e cor que o Capim-vermelho, cientificamente conhecido como Schizachyrium sanguineum. Seu nome popular é uma descrição direta e perfeita de sua característica mais espetacular: a capacidade de adquirir uma estonteante coloração avermelhada, bronzeada ou púrpura, especialmente durante a estação seca ou sob o estresse do sol pleno. Ele não é apenas um capim; é um evento cromático na paisagem, uma manifestação visível da química da resiliência. Em diferentes regiões, pode compartilhar nomes com outros capins de porte semelhante, mas a identidade “vermelha” ou “sanguínea” é a sua verdadeira assinatura, um traço que o tornou uma das gramíneas ornamentais mais celebradas do mundo. Conhecer o Capim-vermelho é descobrir que a beleza dos nossos campos não está apenas no verde, mas também nos tons quentes e vibrantes que contam histórias de sol, de seca e de uma força vital que se expressa em forma de cor.

A nomenclatura científica, Schizachyrium sanguineum (Retz.) Alston, nos revela sua identidade botânica e sua natureza cromática. O gênero Schizachyrium, ao qual pertence, é um grupo importante de gramíneas campestres. O epíteto específico, sanguineum, vem do latim e significa “sanguíneo” ou “da cor do sangue”, uma alusão direta e poderosa à coloração avermelhada que a planta assume. A história taxonômica da espécie é um reflexo de sua vasta distribuição e de sua semelhança com outras gramíneas, tendo sido por muito tempo classificada no grande gênero *Andropogon*, sob sinônimos como *Andropogon sanguineus* e *Andropogon hirtiflorus*. Estudar o Capim-vermelho é valorizar uma das plantas mais cosmopolitas e adaptáveis da nossa flora nativa. É uma espécie que nos ensina sobre como as plantas respondem ao ambiente, transformando um fator de estresse – o sol forte e a falta de água – em um gatilho para a beleza. Cada semente de Capim-vermelho carrega em si a promessa de um novo ponto de cor na paisagem, uma pequena chama pronta para se espalhar e colorir nossos campos.

Aparência: Como reconhecer o Capim-vermelho

A identificação do Capim-vermelho é uma experiência que se transforma com as estações, um espetáculo de cores que vai do verde-azulado ao rubro intenso. A Schizachyrium sanguineum é uma gramínea perene que cresce formando touceiras (hábito cespitoso) densas e eretas, que podem atingir de 80 cm a 1,5 metro de altura. Sua estrutura é elegante e vertical, com colmos (caules) finos e rígidos. Durante a estação chuvosa, a planta exibe uma bela coloração verde-azulada, com folhas finas e lineares, que se arqueiam graciosamente.

É com a chegada da estação seca, ou em condições de maior insolação e solos mais pobres, que a grande transformação acontece. A planta começa a produzir pigmentos (antocianinas) como uma forma de proteção contra o excesso de luz e o estresse, e sua folhagem e seus colmos adquirem gradualmente tons espetaculares de cobre, laranja, vermelho-vivo e púrpura. Um campo de Capim-vermelho no auge da estação seca parece estar em chamas, com uma cor tão intensa que redefine a paisagem ao seu redor. A floração, que ocorre geralmente no final do verão e no outono, adiciona ainda mais beleza e textura a este quadro. No topo dos colmos, surgem as inflorescências, que são racemos solitários e delicados. Cada racemo é composto por um eixo fino (a raque) onde se inserem os pares de espiguetas. As espiguetas são adornadas por pelos sedosos e por uma longa arista (uma cerda torcida e geniculada) de até 2 cm de comprimento. Estas aristas e pelos capturam a luz do sol, conferindo à inflorescência um brilho prateado que contrasta lindamente com a cor avermelhada do restante da planta. Quando o vento sopra, as touceiras de Capim-vermelho se movem como ondas de fogo, um espetáculo de cor e de movimento de uma beleza inesquecível.

Ecologia, Habitat & Sucessão do Capim-vermelho

A ecologia da Schizachyrium sanguineum é a de uma espécie de uma plasticidade e de uma capacidade de colonização extraordinárias, o que a torna uma das gramíneas mais difundidas do mundo e do Brasil. O Capim-vermelho é uma planta nativa que exibe uma distribuição pantropical, e no Brasil, ela é uma verdadeira generalista, ocorrendo em todos os seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Sua presença está sempre associada a fisionomias abertas e ensolaradas, como os campos limpos do Cerrado e do Pampa, os campos rupestres e de altitude, as savanas amazônicas e as áreas de carrasco na Caatinga. É uma espécie que prospera em solos pobres, bem drenados, sejam eles arenosos ou pedregosos, e que necessita de sol pleno para desenvolver sua coloração característica e para completar seu ciclo de vida.

No grande processo de sucessão ecológica, o Capim-vermelho é uma espécie pioneira por excelência. É uma das primeiras plantas a colonizar solos expostos e áreas degradadas, desempenhando um papel fundamental na proteção e na estruturação inicial do ecossistema. Seu sistema radicular denso e fasciculado é muito eficiente no controle da erosão, e sua capacidade de formar touceiras densas ajuda a criar uma cobertura vegetal que protege o solo e que serve de abrigo para a fauna de pequeno porte. É uma planta extremamente adaptada ao fogo. Após uma queimada, ela rebrota com grande vigor a partir de sua base, sendo muitas vezes uma das primeiras espécies a recolonizar a paisagem. Suas interações com os elementos são a base de sua existência. A polinização é feita pelo vento (anemofilia), e a dispersão de suas sementes, que são leves e podem ser auxiliadas por suas aristas e pelos, também é feita pelo vento (anemocoria). A presença do Capim-vermelho em uma área é um sinal de resiliência, um testemunho da capacidade da vida de florescer e de colorir até mesmo os ambientes mais desafiadores.

Usos e Aplicações do Capim-vermelho

O Schizachyrium sanguineum é um exemplo magnífico de como uma planta nativa, por muito tempo vista apenas como “pasto”, pode se tornar uma estrela internacional no mundo do paisagismo e uma ferramenta valiosa para a restauração ecológica. O principal e mais celebrado uso do Capim-vermelho na atualidade é como gramínea ornamental. Ele é uma das espécies mais importantes e utilizadas no movimento do paisagismo naturalista (ou “New Perennial Movement”), que valoriza o uso de plantas perenes e gramíneas por sua beleza textural, seu movimento com o vento e seu interesse sazonal. A cor outonal do Capim-vermelho é o seu grande trunfo. Plantado em grandes massas, ele cria um efeito de “rio de fogo” ou de “pradaria em chamas” que é de um impacto visual arrebatador. Ele é utilizado para dar cor, textura e verticalidade aos canteiros, contrastando lindamente com flores de outras cores e com plantas de folhagem verde. Sua rusticidade e sua baixíssima necessidade de manutenção o tornam ideal para jardins sustentáveis e de baixo consumo de água.

Na restauração ecológica de ecossistemas campestres, o Capim-vermelho é uma espécie de grande valor. Seu plantio em áreas degradadas de Cerrado ou de Campos ajuda a restabelecer a cobertura vegetal nativa, a controlar a erosão e a reintroduzir a beleza e a funcionalidade da flora local. Como planta forrageira, seu valor é considerado de baixo a médio. O gado consome a planta, especialmente quando ela está jovem e verde, mas ela se torna muito fibrosa e menos palatável à medida que amadurece e adquire a coloração avermelhada. Não é uma forrageira de alta produtividade, mas desempenha um papel na dieta do gado em pastagens nativas. No artesanato, suas hastes avermelhadas e suas inflorescências delicadas podem ser utilizadas na confecção de arranjos florais secos de grande beleza. A decisão de cultivar o Capim-vermelho é uma escolha pela beleza dinâmica e pela sustentabilidade. É trazer para o jardim um pedaço da paisagem mais autêntica do Brasil e celebrar as cores que a natureza pinta com o sol, o vento e o tempo.

Cultivo & Propagação do Capim-vermelho

O cultivo do Capim-vermelho é uma atividade simples e muito recompensadora, que permite a qualquer pessoa recriar em seu jardim a beleza vibrante dos campos brasileiros. A propagação da Schizachyrium sanguineum pode ser feita de duas formas principais: por sementes ou por divisão de touceiras. A propagação por sementes é um método eficaz para a produção de um grande número de plantas. As sementes podem ser colhidas quando as inflorescências estão maduras e secas. As sementes de muitas gramíneas nativas não apresentam dormência profunda e germinam com facilidade, desde que oferecidas as condições corretas. A semeadura deve ser feita na superfície de um substrato muito bem drenado, como uma mistura de terra e areia, e as sementes devem ser apenas levemente cobertas, pois muitas necessitam de luz para germinar. O local deve ser de sol pleno e as regas devem ser moderadas.

O método mais fácil, rápido e garantido de propagar o Capim-vermelho, no entanto, é pela divisão de touceiras. Uma touceira adulta e bem estabelecida pode ser retirada do solo e, com o auxílio de uma pá ou de um facão, pode ser dividida em várias mudas menores. Cada nova muda deve conter uma porção de raízes e de parte aérea. O replantio deve ser feito imediatamente. O melhor período para a divisão é no início da estação de crescimento (primavera). Uma vez estabelecido, o Capim-vermelho é uma planta de uma rusticidade incrível e de baixíssima manutenção. Suas duas exigências inegociáveis são sol pleno e um solo extremamente bem drenado. Ele não tolera solos argilosos e úmidos, que causam o apodrecimento de suas raízes. Aliás, a beleza de sua cor avermelhada é intensificada pelo estresse: quanto mais pobre e seco o solo, e quanto mais sol a planta receber, mais intensa será a sua coloração. É uma planta que não necessita de adubação e que é muito resistente à seca. Uma poda anual no final do inverno, cortando a parte seca, ajuda a renovar a planta para o novo ciclo de crescimento. Cultivar o Capim-vermelho é um convite para uma jardinagem mais conectada com os ciclos da natureza, uma forma de pintar o jardim com as cores mais quentes e vibrantes da nossa flora.

Referências

• Filgueiras, T. S. (2009). Gramíneas do Cerrado. In S. M. Sano, S. P. de Almeida, & J. F. Ribeiro (Eds.), Cerrado: ecologia e flora (pp. 475-555). Embrapa Cerrados.
• Welker, C. A. D., & Longhi-Wagner, H. M. (2012). Sinopse do gênero *Schizachyrium* Nees (Poaceae-Andropogoneae) no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. *Iheringia, Série Botânica*, 67(2), 199-223.
Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso contínuo para a verificação da nomenclatura oficial, sinônimos e da vasta distribuição geográfica da espécie.
• Lorenzi, H. (2015). Plantas para jardim no Brasil: herbáceas, arbustivas e trepadeiras. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.
• Artigos científicos sobre a ecologia de gramíneas do Cerrado e sobre o uso de espécies de *Schizachyrium* em projetos de restauração e paisagismo, disponíveis em bases de dados como SciELO e Google Scholar.

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