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Sementes de Jacarandá branco – Platypodium elegans

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Família: Fabaceae
Espécie: Platypodium elegans
Divisão: Angiospermas
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales

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Introdução & Nomenclatura do Jacarandá-branco

Na vasta família das árvores brasileiras, algumas se deleitam em nos confundir com seus nomes, convidando-nos a olhar mais de perto para descobrir sua verdadeira identidade. O Jacarandá-branco, de nome científico Platypodium elegans, é um mestre nesta arte. Ao ouvir “Jacarandá”, esperamos a madeira escura e cobiçada dos *Dalbergia* ou as flores roxas do *Jacaranda*. No entanto, esta árvore nos surpreende com uma espetacular floração de um amarelo-ouro vibrante. O “branco” em seu nome não se refere às flores, mas sim à tonalidade clara de sua madeira. E para adicionar mais uma camada de mistério, é também um dos mais famosos portadores do nome Amendoim-do-campo, não por seus frutos, mas pelo característico cheiro de amendoim que sua casca e madeira exalam quando cortadas.

O nome científico, Platypodium elegans Vogel, é a chave para sua identidade precisa e elegante. O gênero, *Platypodium*, vem do grego *platys* (largo, chato) e *podos* (pé), significando “pé chato”, uma descrição perfeita de seu fruto, uma sâmara com um pedúnculo (um “pé”) bem definido. O epíteto específico, *elegans*, é a palavra latina para “elegante”, um tributo mais do que justo à sua folhagem delicada e plumosa e à sua floração graciosa. Seus sinônimos, como *Platypodium grandiflorum*, reforçam a beleza de suas grandes flores.

O Jacarandá-branco é uma das árvores mais adaptáveis e amplamente distribuídas do Brasil. Nativa de uma vasta área que vai do Panamá ao Paraguai, em nosso país ela demonstra uma versatilidade impressionante, com ocorrências confirmadas em quatro dos nossos grandes biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Sua presença em quase todos os estados brasileiros, do Norte ao Sul, faz dela uma verdadeira generalista, uma espécie que tece uma rede de conexão através das mais diversas paisagens. Ter uma semente de *Platypodium elegans* é ter em mãos a promessa de uma árvore de crescimento rápido, de beleza surpreendente e de uma resiliência que a torna uma das maiores campeãs da flora brasileira.

Aparência: Como reconhecer o Jacarandá-branco?

Reconhecer o Jacarandá-branco é identificar uma árvore de porte nobre e de uma elegância que faz jus ao seu nome. A Platypodium elegans é uma árvore de médio a grande porte, que pode atingir de 8 a 20 metros de altura, formando uma copa ampla, aberta e muitas vezes umbeliforme (em forma de guarda-chuva), que proporciona uma sombra agradável. O tronco é geralmente reto, com uma casca de cor acinzentada com fissuras longitudinais. Ao ser cortada, a casca e a madeira liberam um odor característico e inconfundível de amendoim, a origem de um de seus nomes populares mais famosos.

A folhagem é o que confere à árvore sua aparência distintamente “elegante”. As folhas são compostas e imparipinadas, longas e delicadas, formadas por um grande número de folíolos (de 12 a 20 pares). Os folíolos são pequenos, de formato elíptico a oblongo, e dispostos de forma alterna ao longo da raque, o que cria um efeito plumoso e leve. Esta folhagem graciosa, que balança suavemente com o vento, é uma de suas características ornamentais mais notáveis, permanecendo bela durante todo o ano, pois a árvore é semi-decídua, perdendo apenas parte de suas folhas antes de florescer.

A floração do Platypodium elegans é um espetáculo de cor e vitalidade, que desmente o “branco” de seu nome. Geralmente na primavera, a árvore se cobre de inflorescências em racemos axilares, que são cachos de flores que brotam ao longo dos ramos. As flores são grandes, com 1,8 a 2,4 cm, e possuem a forma papilionácea (de borboleta) típica de sua subfamília. A corola é de um amarelo-ouro intenso e vibrante. A pétala superior, o estandarte, é maior e orbicular, muitas vezes com estrias avermelhadas em sua base, funcionando como um guia de néctar. A floração abundante e vistosa transforma a árvore em um ponto de luz na paisagem, atraindo uma miríade de polinizadores.

O fruto é a materialização de seu nome científico. É uma sâmara, um fruto seco, indeiscente e alado, perfeitamente projetado para a dispersão pelo vento. A característica que define o gênero *Platypodium* é a posição do núcleo seminífero, a parte que contém a única semente: ele se localiza na porção distal, ou seja, na ponta do fruto, enquanto a base é alongada em um pedúnculo (“pé chato”). Esta estrutura funciona como uma hélice de helicóptero.

A semente, contida nesta cápsula alada, é o ponto de partida para uma nova árvore. É através deste fruto engenhoso e elegante que o Amendoim-do-campo confia ao vento a missão de espalhar sua linhagem por todo o vasto território brasileiro.

Ecologia, Habitat & Sucessão do Jacarandá-branco

A ecologia do Platypodium elegans é a história de um sucesso adaptativo retumbante. Sua capacidade de prosperar em quatro grandes biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica – revela uma incrível plasticidade e uma natureza generalista. Ela não é uma especialista de um único ambiente, mas uma colonizadora versátil, encontrada principalmente em formações florestais sazonais, como a Floresta Estacional Semidecidual e Decidual, nas Matas Ciliares ou de Galeria que rasgam o Cerrado, e em florestas secundárias e áreas de transição (ecótonos). É uma árvore que aprecia solos bem drenados e uma boa dose de luz solar.

Na dinâmica da sucessão ecológica, o Jacarandá-branco é uma clássica espécie pioneira e secundária inicial. Seu ciclo de vida é marcado por um crescimento rápido, uma produção precoce de sementes e uma dispersão eficiente, características que a tornam uma das primeiras a chegar e a se estabelecer em áreas abertas e degradadas. Ela desempenha um papel crucial na regeneração de florestas, pois seu rápido estabelecimento protege o solo, cria sombra e um microclima favorável para que espécies de crescimento mais lento possam se desenvolver sob sua copa. É uma verdadeira construtora de florestas.

As interações com a fauna são vitais para sua reprodução. A polinização de suas flores grandes e amarelas é um exemplo clássico de melitofilia, a polinização por abelhas. São principalmente as abelhas de grande porte, como as mamangavas, as principais visitantes. Atraídas pela cor vibrante e pela recompensa de néctar, elas possuem a força e o tamanho necessários para acessar as estruturas reprodutivas da flor, garantindo uma polinização cruzada eficiente. A floração abundante faz do Amendoim-do-campo uma fonte de alimento importante para a comunidade de abelhas nativas.

A dispersão de suas sementes é uma obra-prima da aerodinâmica, uma parceria com o vento. O fruto do tipo sâmara é perfeitamente adaptado à anemocoria. A posição da semente pesada na ponta da asa leve e achatada cria um centro de gravidade que faz o fruto girar sobre si mesmo enquanto cai (autorrotação), de forma muito semelhante a uma semente de ácer ou à hélice de um helicóptero. Este voo giratório retarda a queda e permite que a brisa leve a semente por longas distâncias, uma estratégia altamente eficaz que explica sua capacidade de colonizar rapidamente clareiras e novas áreas, e sua presença em tantos ecossistemas diferentes.

Usos e Aplicações do Jacarandá-branco

O Jacarandá-branco, ou Amendoim-do-campo, é uma árvore de uma generosidade imensa, oferecendo uma madeira de boa qualidade, um potencial ornamental espetacular e, acima de tudo, um serviço ecológico de valor incalculável. Suas aplicações demonstram sua versatilidade e o consolidam como uma das espécies mais importantes para o futuro da restauração e do paisagismo no Brasil.

Seu uso ecológico é, sem dúvida, sua maior contribuição. Por ser uma espécie pioneira de crescimento rápido, fixadora de nitrogênio (como a maioria das leguminosas) e adaptada a uma vasta gama de condições, ela é uma das espécies mais valiosas para a restauração de áreas degradadas em todo o Brasil. Seu plantio em áreas de pastagens abandonadas ou em matas ciliares degradadas acelera a regeneração natural, promove a diversidade e ajuda a reconstruir a estrutura da floresta em tempo recorde. É uma das principais ferramentas na caixa de ferramentas de qualquer restaurador de ecossistemas.

O seu potencial ornamental é extraordinário. A combinação de uma folhagem elegante e plumosa, uma copa arquitetônica que oferece excelente sombra, um crescimento rápido e uma floração amarelo-ouro deslumbrante faz do Platypodium elegans uma escolha fantástica para o paisagismo. É ideal para a arborização de parques, praças, grandes jardins e para a formação de alamedas. Sua rusticidade e tolerância à seca a tornam uma opção de baixa manutenção para a arborização urbana e rural.

A madeira do Jacarandá-branco é de boa qualidade e muito versátil. É classificada como moderadamente pesada, com uma bela coloração clara (daí o nome “branco”) e fácil de trabalhar. É empregada na construção civil (vigas, caibros, acabamentos internos), na marcenaria (para a fabricação de móveis e utensílios), na produção de cabos de ferramentas e como uma excelente lenha e fonte de carvão. O cheiro de amendoim da madeira recém-cortada é uma de suas características mais marcantes.

Na medicina popular, a casca do Amendoim-do-campo é por vezes utilizada na forma de chás por suas propriedades adstringentes e anti-inflamatórias, sendo empregada no tratamento de feridas, reumatismo e como depurativo. É também uma importante planta apícola, fornecendo alimento para as abelhas e contribuindo para a produção de mel.

Cultivo & Propagação do Jacarandá-branco

Cultivar um Jacarandá-branco é uma experiência gratificante, que recompensa o cultivador com um crescimento rápido e uma beleza que se desdobra em folhagem, flores e forma. A propagação da Platypodium elegans é relativamente simples, tornando-a uma espécie acessível e altamente recomendada para uma variedade de projetos, do paisagismo à restauração em larga escala.

O ciclo começa com a coleta dos frutos (sâmaras), que deve ser feita quando eles estão secos, com a coloração de palha, mas antes que o vento os disperse por completo. A semente se encontra no núcleo na ponta do fruto e pode ser extraída com facilidade. Como muitas leguminosas de casca dura, a semente do Jacarandá-branco apresenta dormência física e se beneficia enormemente da escarificação para garantir uma germinação rápida e uniforme.

O tratamento de escarificação pode ser feito lixando a casca da semente ou mergulhando-as em água quente (não fervente, em torno de 80°C) e deixando-as de molho por 24 horas. Após o tratamento, a semeadura deve ser feita em um substrato bem drenado, em sacos de mudas ou tubetes, a uma profundidade de 1 a 2 cm. A germinação é rápida, ocorrendo em 1 a 3 semanas após a quebra da dormência.

O crescimento das mudas e da árvore é rápido, uma das suas características mais atraentes. As mudas devem ser mantidas a pleno sol e, com irrigações regulares, atingem o porte ideal para o plantio no campo (cerca de 30-50 cm) em apenas 4 a 6 meses. Esta velocidade de desenvolvimento a torna uma espécie estratégica para projetos que precisam de resultados em um curto espaço de tempo.

O plantio do Amendoim-do-campo é recomendado para quase todas as situações que exigem uma árvore nativa, rústica e ornamental. É perfeita para reflorestamentos, para a composição de sistemas agroflorestais (onde fixa nitrogênio e atrai polinizadores), e para o paisagismo em geral. Sua adaptabilidade a diferentes solos e climas a torna uma das escolhas mais seguras e versáteis para se plantar no Brasil.

Referências utilizadas para o Jacarandá-branco

Esta descrição detalhada do Platypodium elegans foi cuidadosamente construída com base em fontes científicas de alta credibilidade, incluindo a taxonomia oficial da flora brasileira, revisões do gênero e manuais de identificação de árvores e de restauração ecológica. O objetivo foi criar um retrato completo que celebra a elegância, a versatilidade e a importância ecológica desta magnífica árvore brasileira. As referências a seguir são a base de conhecimento que sustenta esta narrativa.

• Lima, A.G.; Kuntz, J. Platypodium in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB23124>. Acesso em: 21 jul. 2025. (Fonte primária para dados taxonômicos, morfológicos e de distribuição oficial).
• Lorenzi, H. 1992. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, Vol. 1. 1ª ed. Editora Plantarum, Nova Odessa, SP. (Fonte essencial para informações práticas sobre cultivo, usos da madeira e características gerais).
• Carvalho, P.E.R. 2003. Espécies Arbóreas Brasileiras, Vol. 1. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília, DF. (Compêndio detalhado da Embrapa com informações silviculturais e ecológicas).
• Rodrigues, R.R., Brancalion, P.H.S. & Isernhagen, I. (Orgs.). 2009. Pacto pela Restauração da Mata Atlântica: Referencial dos Conceitos e Ações de Restauração Florestal. LERF/ESALQ, Instituto BioAtlântica. (Contextualização da importância de espécies pioneiras como o Jacarandá-branco para a restauração).
• Dwyer, J. D. 1965. Leguminosae-Papilionoideae-Dalbergieae. Annals of the Missouri Botanical Garden, 52(1), 1–54. (Revisão taxonômica que inclui o gênero).
• Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. (Referência importante para a flora da Bahia, onde a espécie é comum).

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