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Sementes de Tricogonia – Trichogonia prancei

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Família: Asteraceae
Espécie: Trichogonia prancei
Divisão: Angiospermas
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales

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Introdução & Nomenclatura da Tricogonia

Na vastidão do Cerrado, sob um céu de um azul profundo e sobre uma terra que pulsa com o calor do sol, a vida desenvolveu as mais engenhosas estratégias para prosperar. A Tricogonia, de nome científico Trichogonia prancei, é uma obra-prima desta evolução. É um subarbusto que, para enfrentar a intensa radiação solar e a secura do ar, vestiu-se com um manto de feltro, uma densa cobertura de pelos prateados que reflete a luz e conserva a umidade. Sua aparência é de uma suavidade quase fantasmagórica, um brilho de prata que se destaca contra o verde e o ocre da savana. Mas esta aparência delicada esconde uma força extraordinária, a força de um ser que renasce das cinzas e que floresce em homenagem a um dos maiores naturalistas de nosso tempo.

O nome científico, Trichogonia prancei G.M.Barroso, é uma crônica de sua forma e de sua história. O gênero, *Trichogonia*, vem do grego *thrix* (pelo) e *gonia* (ângulo), significando “de ângulos peludos”, uma referência provável aos pelos que cobrem as costelas de seu fruto, a cipsela. O epíteto específico, *prancei*, é uma nobre homenagem a Sir Ghillean Prance, um dos mais importantes e apaixonados botânicos a dedicar sua vida ao estudo e à conservação da flora brasileira, especialmente da Amazônia. É uma planta que carrega em seu nome o reconhecimento a um de seus grandes guardiões. Pertencente à grande e complexa família Asteraceae, na tribo Eupatorieae, ela é uma prima distante de plantas medicinais como a Carobinha, compartilhando com elas uma química rica e um potencial ainda a ser explorado.

A Tricogonia é uma joia nativa e endêmica do Brasil, uma espécie de uma beleza rara e de uma distribuição muito restrita. Ela é a alma do bioma Cerrado, habitando exclusivamente os campos e savanas do Distrito Federal e de Goiás. Esta exclusividade a torna uma espécie de imenso valor para a conservação, um símbolo da biodiversidade única que o Planalto Central brasileiro abriga. Ter uma semente de *Trichogonia prancei* em mãos é ter a promessa de cultivar uma raridade botânica, uma planta que é um espetáculo de texturas, um banquete para as borboletas e um elo com a história da ciência e da exploração em nosso país.

A história desta planta é uma celebração da beleza que se encontra na adaptação. Seu manto de pelos não é um mero adorno; é um escudo solar, um isolante térmico e uma barreira contra a perda de água. Sua raiz, um xilopódio lenhoso, não é apenas uma âncora; é um cofre de vida que a protege do fogo. E suas flores, delicados pompons de cor lilás, são um farol para os polinizadores que voam sobre os campos abertos. A *Trichogonia prancei* é um sistema integrado e perfeito, um exemplo de como a vida, para prosperar nos ambientes mais desafiadores, se torna uma obra de arte funcional, onde cada detalhe tem um propósito e cada forma, uma história para contar.

Aparência: Como reconhecer a Tricogonia?

Reconhecer a Tricogonia é identificar uma planta de uma beleza que reside na textura e na cor. A Trichogonia prancei se apresenta como um subarbusto de múltiplos caules, de crescimento ereto, que forma touceiras densas e arredondadas, geralmente com 50 a 100 cm de altura. A sua característica mais marcante e que a torna inconfundível é o seu indumento lanoso-cinéreo, uma densa cobertura de pelos longos, brancos e emaranhados que reveste completamente os caules, os eixos das folhas e das inflorescências, e a face inferior das folhas. Esta vestimenta de lã lhe confere uma aparência prateada ou esbranquiçada e uma textura extremamente macia ao toque, como um feltro ou um algodão.

A força vital da planta está oculta sob a terra. Ela possui um xilopódio, um órgão subterrâneo lenhoso e espesso, que a ancora no solo e armazena as reservas de energia e água. É a partir desta base resiliente que a planta rebrota com vigor após os incêndios que varrem o Cerrado, demonstrando sua perfeita adaptação a este ecossistema.

As folhas são de uma beleza contrastante. Elas são simples, de filotaxia alterna, e de formato elíptico a lanceolado. A face superior (adaxial) é de um verde-escuro e coberta por uma camada de pelos mais curta (tomentosa), enquanto a face inferior (abaxial) exibe o indumento lanoso e branco que é a assinatura da espécie. Este contraste entre o verde escuro de cima e o branco-prateado de baixo cria um belo efeito bicolor, especialmente quando as folhas são movidas pelo vento.

A inflorescência é um adorno delicado que coroa a folhagem prateada. As flores, como em todas as Asteraceae, estão agrupadas em capítulos. Na Tricogonia, os capítulos são pequenos, de formato de sino (campanulado), e se reúnem em grandes panículas laxas e abertas no topo dos ramos. Cada capítulo é do tipo discoide, ou seja, é composto por 60 a 80 flores minúsculas e tubulares, sem as “pétalas” (flores do raio) na borda. As flores são de cor lilás, roxa ou branca, e se projetam para fora do invólucro de brácteas, que também é coberto de pelos lanosos. A floração é abundante, e a planta se enche destes pequenos pompons arroxeados, que se destacam lindamente contra a folhagem prateada.

O fruto é uma cipsela, um pequeno fruto seco com uma única semente. No topo de cada fruto, há o pápus, a estrutura que auxilia na dispersão. Na *Trichogonia prancei*, o pápus é muito curto, formado por pequenas cerdas ou escamas, quase imperceptível a olho nu. A dispersão de suas sementes é uma parceria com o vento, que carrega os pequenos e leves frutos para colonizar novos espaços nos campos do Cerrado.

Ecologia, Habitat & Sucessão da Tricogonia

A ecologia da Trichogonia prancei é a de uma especialista em um dos mais singulares e biodiversos ecossistemas do planeta: o Cerrado. Ela é uma espécie endêmica e característica das fisionomias mais abertas deste bioma, como o Cerrado lato sensu e, principalmente, os Campos Rupestres. É uma planta de pleno sol, que prospera nos solos rasos, pedregosos e ácidos dos topos de serra e das chapadas do Planalto Central. É um ser botânico que evoluiu em perfeita sintonia com as condições extremas de seu ambiente: alta radiação solar, grande amplitude térmica, solos pobres em nutrientes e um regime de fogo e de seca bem definido.

Sua relação com o fogo é o que a define como uma verdadeira filha do Cerrado. A Tricogonia é uma pirófita que não apenas sobrevive, mas que é moldada pelo fogo. Seu xilopódio subterrâneo é a sua arca de vida, um órgão que a protege do calor e que guarda a energia para o renascimento. Após uma queimada, que limpa a paisagem da biomassa seca e da competição, a planta rebrota com uma força impressionante, produzindo novos ramos sadios e se preparando para um novo ciclo de floração. O indumento lanoso que a cobre também pode funcionar como um isolante térmico, protegendo os tecidos vivos dos ramos contra o calor irradiado.

Na dinâmica de sucessão, a Trichogonia prancei é um membro permanente e característico da comunidade clímax dos ecossistemas de campo e de campo rupestre. Ela é uma das espécies que definem a estrutura do estrato subarbustivo destas savanas de altitude, e sua presença é um indicador de um ambiente bem conservado.

As interações com a fauna são um banquete para os polinizadores. Suas inflorescências, com suas flores de cor lilás agrupadas em grandes cachos, são um poderoso atrativo visual e uma fonte rica de néctar e pólen. Elas são visitadas e polinizadas por uma grande diversidade de insetos, principalmente abelhas e borboletas, que são os principais agentes de polinização do Cerrado. A floração, que ocorre durante a estação seca, é um recurso vital para a manutenção da comunidade de polinizadores. A dispersão de suas sementes é uma parceria com o vento. A estratégia da anemocoria é garantida pelo pápus, que, embora curto, aumenta a resistência do fruto ao ar, permitindo que as pequenas e leves cipselas sejam carregadas pelas correntes de ar que varrem os topos das serras.

Usos e Aplicações da Tricogonia

A Tricogonia é uma planta de uma beleza e de uma rusticidade tão notáveis que suas aplicações se concentram em seu imenso potencial ornamental e em seu papel fundamental na manutenção da biodiversidade de seu ecossistema restrito. O valor da Trichogonia prancei reside em sua singularidade e em sua perfeita adaptação ao jardim de baixa manutenção.

Seu uso mais nobre e promissor é o ornamental. A Trichogonia prancei é uma planta de jardim de classe mundial para o paisagismo que valoriza a flora nativa e a sustentabilidade. Sua folhagem prateada e aveludada é seu maior atrativo, oferecendo uma textura e uma cor únicas que criam um contraste espetacular com outras plantas de folhagem verde. É a escolha perfeita para a composição de jardins de pedra, jardins de inspiração rupestre e para o xeriscaping (jardinagem de baixo consumo de água). Seu porte de subarbusto a torna muito versátil, podendo ser usada em canteiros, como planta de bordadura ou em maciços. Sua floração lilás, que surge sobre a folhagem prateada, é um bônus de uma delicadeza encantadora. Além da beleza, ela traz o benefício de atrair uma multidão de abelhas e borboletas, transformando o jardim em um refúgio para os polinizadores.

O seu valor ecológico é inestimável. Como uma espécie endêmica e altamente especializada dos Campos Rupestres, a Trichogonia prancei é um componente insubstituível para a restauração de áreas degradadas neste ecossistema extremamente frágil. Seu plantio ajuda a restabelecer a cobertura vegetal original e a recriar o habitat para a fauna associada, especialmente para os insetos polinizadores que dela dependem.

Na medicina popular, o gênero *Trichogonia*, e a tribo Eupatorieae em geral, são conhecidos por abrigar espécies ricas em compostos bioativos. Plantas com nomes populares de “alecrim” ou “amargoso”, como sua prima *Pseudobrickellia*, são frequentemente utilizadas por suas propriedades anti-inflamatórias e para o tratamento de doenças respiratórias. A *Trichogonia prancei*, com seu forte aroma, certamente se encaixa neste perfil e merece mais estudos para validar cientificamente o conhecimento popular.

Cultivo & Propagação da Tricogonia

Cultivar a Tricogonia é um convite a recriar um pedaço das paisagens de altitude do Cerrado, um exercício de jardinagem que exige a compreensão das necessidades de uma planta especialista em rocha e sol. A propagação da Trichogonia prancei é um processo que recompensa com uma planta de beleza singular e de uma força admirável.

A propagação pode ser feita tanto por sementes quanto por estacas. A coleta das sementes (as cipselas) deve ser feita quando os capítulos estão secos e o pápus está bem desenvolvido, indicando que as sementes estão maduras. As sementes podem ser facilmente debulhadas dos capítulos secos com as mãos. Elas podem apresentar dormência e se beneficiar de estímulos como a luz para germinar.

A semeadura da Trichogonia prancei deve ser feita sobre a superfície de um substrato que imite o seu solo nativo: muito arenoso, com excelente drenagem e pobre em matéria orgânica. As sementes não devem ser cobertas, ou devem ser cobertas com uma finíssima camada de areia. A umidade deve ser mantida com um borrifador, sem encharcamento, e a sementeira deve ser mantida em local de sol pleno.

A propagação por estacas de caule pode ser um método mais rápido. Pedaços de caules semi-lenhosos podem ser plantados em um substrato úmido, onde podem enraizar. O crescimento da planta é lento, pois ela investe muita energia na formação de seu robusto sistema subterrâneo, o xilopódio. Uma vez estabelecida, a planta é extremamente resistente à seca e não tolera o excesso de umidade.

O plantio da Trichogonia prancei é ideal para a restauração de campos rupestres e para a composição de jardins de pedra e de inspiração naturalista. É uma espécie para colecionadores e para paisagistas que buscam plantas de forte identidade, de baixa manutenção e que celebram a beleza e a resiliência da flora do Cerrado.

Referências utilizadas para a Tricogonia

Esta descrição detalhada da Trichogonia prancei foi construída com base em fontes científicas de alta credibilidade e na vasta documentação sobre a flora dos Campos Rupestres do Cerrado. O objetivo foi criar um retrato completo que celebra a beleza prateada, a resiliência e a importância ecológica desta planta endêmica tão especial. As referências a seguir são a base de conhecimento que sustenta esta narrativa.

• Roque, N. (in memoriam); et al. Trichogonia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://florabrasil.jbrj.gov.br/FB27431>. Acesso em: 26 jul. 2025. (Fonte primária para dados taxonômicos, morfológicos e de distribuição oficial).
• Robinson, H. 1999. Generic and subtribal classification of the Eupatorieae (Asteraceae). Smithsonian Contributions to Botany, 89, 1-139. (Contextualiza o gênero dentro da tribo).
• MacLeish, N.F.F. 1985. Revision of *Chresta* and *Pycnocephalum* (Compositae: Vernonieae). Systematic Botany, 10(4), 459-470. (Contextualiza o trabalho de botânicos importantes para a flora do Planalto Central).
• Almeida, S.P. de, et al. 1998. Cerrado: espécies vegetais úteis. Embrapa-CPAC, Planaltina, DF. (Referência chave para os usos tradicionais de plantas do Cerrado).
• Ribeiro, J.F. & Walter, B.M.T. 2008. As principais fisionomias do bioma Cerrado. In: Sano, S.M., Almeida, S.P. & Ribeiro, J.F. (Eds.). Cerrado: ecologia e flora. Embrapa Cerrados, Planaltina, DF. pp. 151-212. (Contextualização da ecologia dos Campos Rupestres).
• Barroso, G.M. 1980. Um gênero novo da tribo Eupatorieae (Compositae). Rodriguésia, 32(54), 11-13. (Exemplo do trabalho da botânica que descreveu a espécie).

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