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Sementes de Acacia margium – Acacia mangium

Vendido por: Emergente Florestal
Disponibilidade:

Fora de estoque


Família: Fabaceae (Leguminosae)
Espécie: Acacia mangium Willd.
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotyledoneae)
Ordem: Fabales

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Introdução & Nomenclatura da Acácia-mangium

No grande mosaico de espécies que compõem as paisagens produtivas do Brasil, algumas árvores se destacam não por uma longa história evolutiva em nosso território, mas por uma combinação de características que as tornaram ferramentas valiosas para o homem. A Acácia-mangium, cientificamente conhecida como Acacia mangium, é a protagonista desta história de eficiência e adaptação. Originária das florestas tropicais úmidas da Austrália, Papua-Nova Guiné e Indonésia, esta acácia foi introduzida no Brasil a partir da década de 1970 e rapidamente se consolidou como uma das espécies mais importantes para a silvicultura comercial. Seus nomes populares, como Acácia-mangium ou Acácia-australiana, já denunciam sua origem estrangeira. No mercado internacional, sua madeira é conhecida como “brown salwood” ou “black wattle”. Conhecer a Acácia-mangium é, portanto, entender um capítulo importante da história do reflorestamento comercial no Brasil, é apreciar as qualidades de uma árvore que cresce em tempo recorde e é, acima de tudo, um exercício de responsabilidade ecológica ao lidar com o poder de uma espécie exótica de grande sucesso.

A nomenclatura científica, Acacia mangium Willd., nos posiciona dentro do vasto e complexo gênero *Acacia*, um dos mais representativos da família das leguminosas (Fabaceae). O nome do gênero, “Acácia”, tem uma longa história, derivado do grego “akakia”, um nome utilizado por Teofrasto e Dioscórides para uma árvore espinhenta do Egito. O epíteto específico, mangium, é uma latinização da palavra “mange-mange”, um nome vernacular para a árvore em uma de suas ilhas de origem. A história taxonômica da espécie a viu ser classificada por um tempo no gênero *Racosperma*, como *Racosperma mangium*, que hoje é considerado um sinônimo. Estudar a Acácia-mangium é, portanto, um mergulho no mundo da silvicultura moderna. É reconhecer que, embora a nossa missão sagrada seja a de proteger e restaurar nossos ecossistemas com a riqueza da nossa flora nativa, é também nosso dever compreender e manejar com sabedoria as espécies exóticas que já fazem parte da nossa realidade econômica e paisagística, maximizando seus benefícios e minimizando seus riscos.

Aparência: Como reconhecer a Acácia-mangium

A identificação da Acácia-mangium é marcada por sua aparência robusta, seu porte imponente e uma característica muito peculiar de suas “folhas”. A Acacia mangium é uma árvore de grande porte e de crescimento muito rápido, que pode atingir de 25 a 35 metros de altura. Em plantios comerciais, seu tronco é notavelmente reto e cilíndrico, uma característica muito desejada para a produção de madeira. Em áreas mais abertas, pode desenvolver uma bifurcação a baixa altura. A casca, quando a árvore é jovem, é lisa e de cor verde a acinzentada, tornando-se mais escura, grossa e com fissuras longitudinais profundas com o envelhecimento. A copa é densa e de formato cônico a arredondado, proporcionando uma sombra compacta.

A característica mais fascinante e distintiva da Acácia-mangium, e de muitas acácias australianas, está em sua folhagem. O que parecem ser folhas grandes, simples e alongadas, na verdade, não são folhas verdadeiras. São filódios. Os filódios são pecíolos (os cabinhos das folhas) que se tornaram achatados, largos e com a capacidade de realizar fotossíntese, assumindo a função da lâmina foliar. Esta é uma adaptação engenhosa para economizar água em ambientes com períodos de seca. As folhas verdadeiras, que são compostas bipinadas, só são encontradas nas plântulas muito jovens, sendo rapidamente substituídas pelos filódios à medida que a planta cresce. Os filódios da *Acacia mangium* são grandes, com até 25 cm de comprimento, de formato lanceolado e com quatro nervuras longitudinais proeminentes. A floração ocorre em inflorescências do tipo espiga, que surgem nas axilas dos filódios. As espigas são densas, com cerca de 10 cm de comprimento, e compostas por numerosas flores minúsculas de cor branca a creme, que conferem à inflorescência a aparência de uma “escova-de-garrafa”. As flores são perfumadas e muito atrativas para as abelhas. Após a polinização, formam-se os frutos, que são vagens longas, finas e que, ao amadurecerem, se enrolam e se torcem, formando um emaranhado denso e irregular, de cor marrom-escura a preta. As pequenas sementes pretas e brilhantes ficam presas à vagem por um funículo (um pequeno cordão) de cor laranja ou amarela vibrante, um contraste de cor que atrai as aves.

Ecologia, Habitat & Sucessão da Acácia-mangium

Ao discutir a ecologia da Acacia mangium, é imperativo, como Aurora, guardiã do conhecimento sobre as espécies nativas, traçar uma linha clara. A ecologia desta árvore em seu habitat de origem, nas florestas tropicais da Austrália e da Nova Guiné, é a de uma espécie pioneira, que coloniza clareiras e áreas perturbadas. No Brasil, no entanto, seu papel ecológico é complexo e ambivalente. Como uma espécie exótica, ela não faz parte da história evolutiva dos nossos biomas. Sua introdução massiva para fins comerciais a tornou uma presença comum em áreas antrópicas por todo o país, desde a Amazônia até o Sul. Sua capacidade de adaptação é extraordinária: ela tolera uma vasta gama de solos, incluindo os muito ácidos e pobres em nutrientes, e se desenvolve bem em climas quentes e úmidos.

Esta mesma rusticidade que a torna valiosa para a silvicultura é o que lhe confere um alto potencial invasor. A *Acacia mangium* produz uma quantidade massiva de sementes, que possuem uma longa durabilidade no solo e que são dispersas por aves, atraídas pelo funículo colorido. Ao escapar dos plantios comerciais, ela pode invadir ecossistemas nativos abertos, como o Cerrado, as restingas e os campos de altitude, além de áreas de vegetação secundária da Mata Atlântica. Nestes ambientes, seu crescimento rápido e sua copa densa podem sombrear e suprimir a vegetação nativa, alterando a estrutura e a composição da comunidade de plantas e, consequentemente, afetando toda a fauna que dela depende. Portanto, seu plantio deve ser realizado com extrema cautela e planejamento, restrito a áreas de monocultura para fins comerciais ou a projetos específicos de recuperação de solos muito degradados, sempre longe de unidades de conservação e de fragmentos de vegetação nativa. Por outro lado, a Acácia-mangium possui um serviço ecossistêmico poderoso: como membro da família das leguminosas, ela fixa nitrogênio atmosférico, enriquecendo solos empobrecidos. Esta capacidade é o que a torna uma ferramenta útil na recuperação de solos de áreas de mineração, por exemplo. A ecologia da Acácia-mangium no Brasil é, portanto, uma lição sobre o poder de duas faces de uma espécie exótica de sucesso: uma bênção para a produção e para a recuperação de solos, mas uma ameaça potencial para a biodiversidade nativa que é minha missão sagrada proteger.

Usos e Aplicações da Acácia-mangium

A Acacia mangium é uma das árvores exóticas de uso múltiplo mais importantes para a economia brasileira, com aplicações que vão da indústria de base à produção de energia. O principal e mais difundido uso da Acácia-mangium é na silvicultura, para a produção de madeira. Seu ciclo de crescimento extremamente rápido (pode ser cortada em apenas 6 a 8 anos) e sua adaptação a solos pobres a tornaram uma das espécies preferidas para o reflorestamento comercial em larga escala. A madeira é de densidade média e possui uma coloração que varia do creme ao castanho-claro. O principal destino desta madeira é a indústria de celulose e papel, onde suas fibras curtas são utilizadas para a produção de papel de impressão e escrita. A madeira também é amplamente utilizada para a produção de painéis reconstituídos, como o MDF e o aglomerado, que são a base da indústria moveleira moderna. Além disso, é uma excelente fonte de biomassa para a produção de energia e carvão vegetal, sendo utilizada para alimentar os fornos de siderúrgicas e outras indústrias. Como madeira serrada, é empregada na construção civil leve, na fabricação de caixotaria, paletes e móveis de menor valor.

Outra aplicação de grande importância é na recuperação de áreas degradadas. A capacidade da Acácia-mangium de fixar nitrogênio e de produzir uma grande quantidade de biomassa (folhas e galhos que caem e se decompõem) a torna uma “enfermeira” de solos exauridos. É frequentemente utilizada na recuperação de áreas degradadas pela mineração ou por pastagens mal manejadas, onde sua ação pioneira ajuda a restaurar a fertilidade do solo e a criar condições para o futuro plantio de espécies nativas. Na apicultura, sua floração abundante e rica em pólen é um recurso valioso para as abelhas, contribuindo para a produção de mel e para a saúde das colônias. A casca da árvore é rica em taninos, que podem ser extraídos para o uso no curtimento de couros, embora este não seja seu principal aproveitamento no Brasil. A árvore também é utilizada em sistemas agroflorestais como quebra-vento e para a produção de sombra para outras culturas. A multifuncionalidade da Acácia-mangium é inegável. Ela é uma verdadeira usina de produtos e serviços, uma aliada da produtividade. No entanto, é sempre crucial ponderar sua utilidade com o manejo responsável, para que seus benefícios não se transformem em um prejuízo para a nossa preciosa biodiversidade nativa.

Cultivo & Propagação da Acácia-mangium

O cultivo da Acácia-mangium é um processo bem estabelecido e de alta eficiência, dominado pela indústria de silvicultura, mas que também pode ser replicado por produtores rurais e interessados em suas múltiplas utilidades. A propagação é feita quase que exclusivamente por sementes, que são produzidas em grande quantidade e possuem uma alta taxa de germinação, desde que sua forte dormência seja superada. O primeiro passo é a coleta dos frutos, as vagens enroladas e escuras, que deve ser feita quando eles estão maduros na árvore. Após a coleta, as vagens devem ser postas para secar ao sol, o que ajuda na liberação das sementes. As sementes são pequenas, pretas e brilhantes, e vêm com um funículo colorido (laranja ou amarelo) aderido, que deve ser removido antes do tratamento.

A quebra da dormência tegumentar é o passo mais crítico para o sucesso da germinação. A casca da semente é extremamente dura e impermeável. O tratamento mais comum e eficaz é a escarificação com água quente. O procedimento consiste em ferver a água, retirá-la do fogo e, em seguida, imergir as sementes na água quente por um período de 30 segundos a 1 minuto. Após o choque térmico, as sementes são imediatamente transferidas para água em temperatura ambiente, onde devem permanecer por 24 horas. Este processo racha a camada impermeável da casca e permite a hidratação do embrião. A semeadura deve ser feita em recipientes individuais, como tubetes ou saquinhos plásticos, utilizando um substrato leve e bem drenado. As sementes devem ser cobertas com uma fina camada de substrato. A germinação das sementes tratadas é muito rápida e uniforme, ocorrendo geralmente entre 3 e 15 dias. O desenvolvimento das mudas é extremamente rápido. Em apenas 2 a 4 meses, as mudas já atingem de 20 a 30 cm de altura e estão prontas para o plantio no campo. A Acácia-mangium exige sol pleno para seu desenvolvimento e, como já mencionado, adapta-se a uma vasta gama de solos, inclusive os mais pobres. O plantio deve ser feito no início da estação chuvosa, e a planta estabelecida é bastante resistente à seca. O cultivo da Acácia-mangium é um exemplo de como a tecnologia e o conhecimento podem otimizar a produção florestal, mas nos lembra sempre da responsabilidade que acompanha o manejo de uma espécie exótica tão vigorosa.

Referências

• Lorenzi, H., & Souza, H. M. de. (2001). Árvores Exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.
• Carvalho, P. E. R. (1994). Espécies Florestais Brasileiras: Recomendações Silviculturais, Potencialidades e Uso da Madeira. Colombo: Embrapa-CNPF. (Nota: Embora foque em brasileiras, muitas publicações da Embrapa abordam espécies exóticas de importância econômica, como a Acácia).
Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/. Acesso contínuo para consulta do status de espécie naturalizada e distribuição no Brasil.
• Publicações e circulares técnicas da Embrapa Florestas e de outras instituições de pesquisa florestal sobre o manejo silvicultural, as pragas e as doenças da *Acacia mangium*.
• Artigos científicos sobre o potencial invasor de *Acacia mangium* em ecossistemas brasileiros, e sobre seu uso na recuperação de áreas degradadas, disponíveis em bases de dados como SciELO e Google Scholar.
• Manuais de produção de sementes e mudas de espécies florestais, que detalham os protocolos de quebra de dormência para acácias.

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