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Sementes de Angico Branco – Senegalia polyphylla

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Família: Fabaceae
Espécie: Senegalia polyphylla
Divisão: Angiospermas
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales

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Introdução & Nomenclatura do Angico-branco

Na grande farmácia da flora brasileira, o nome “Angico” é uma palavra de poder, que designa um grupo de árvores de casca rica em taninos e de profundos poderes curativos. Dentro desta nobre família, a Senegalia polyphylla se destaca como o Angico-branco. Embora não seja um “Angico verdadeiro” (do gênero *Anadenanthera*), ela compartilha com eles a mesma vocação medicinal, sendo uma das mais importantes fontes de remédios adstringentes e expectorantes da nossa medicina popular. Mas sua nobreza não se resume à sua química. Conhecida também como Monjoleiro ou Guarucaia, esta é uma árvore pioneira, uma das primeiras a chegar para cicatrizar as clareiras e as matas degradadas, uma verdadeira enfermeira da paisagem.

O nome científico, Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose, conta a história de sua identidade botânica. O gênero, *Senegalia*, foi criado para abrigar as acácias espinhosas das Américas e da África, sendo nomeado em referência ao Senegal. O epíteto específico, *polyphylla*, vem do grego *poly* (muitos) e *phyllon* (folha), significando “de muitas folhas” ou, mais precisamente, “de muitos folíolos”. É uma descrição perfeita de sua folhagem finamente dividida, que lhe confere uma aparência leve e plumosa. Por muito tempo, ela foi classificada como *Acacia polyphylla*, e sua realocação no gênero *Senegalia* é um reflexo do aprofundamento do nosso conhecimento sobre a imensa família das leguminosas.

O Angico-branco é um dos maiores exemplos de adaptabilidade da flora brasileira. É uma espécie nativa de uma versatilidade impressionante, com ocorrência confirmada em cinco dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Esta capacidade de prosperar em condições tão distintas, das florestas úmidas às savanas e matas secas, a consagra como uma das espécies mais bem-sucedidas e ecologicamente importantes do país. Ter uma semente de Angico-branco em mãos é ter a promessa de cultivar uma árvore de crescimento rápido, de beleza delicada, de grande poder curativo e que é um símbolo da resiliência que une as diversas paisagens do Brasil.

Aparência: Como reconhecer o Angico-branco?

Reconhecer um Angico-branco é identificar uma árvore de copa ampla e de folhagem que parece uma delicada renda verde, mas cujo tronco e ramos revelam uma natureza aguerrida. A Senegalia polyphylla é uma árvore de porte médio, que atinge de 10 a 20 metros de altura, com uma copa ampla, aberta e muitas vezes achatada no topo, em formato de umbela. O tronco é geralmente reto e revestido por uma casca de cor acinzentada que se torna mais áspera com a idade. A característica mais marcante do tronco e dos ramos, especialmente em indivíduos jovens, é a presença de acúleos, espinhos curtos, retos ou recurvados, que funcionam como uma armadura protetora contra animais herbívoros.

A folhagem, em um belo contraste com a aspereza dos espinhos, é de uma delicadeza extrema. As folhas são bipinadas, como as de uma samambaia, e muito grandes. Cada folha é composta por 5 a 13 pares de pinas, e cada pina é dividida em 14 a mais de 30 pares de foliólulos minúsculos. É esta estrutura “de muitas folhas” (*polyphylla*) que confere à copa sua aparência leve, plumosa e ornamental. Na raque da folha, é comum encontrar nectários extraflorais, pequenas glândulas que atraem formigas, as quais oferecem uma proteção extra à planta.

As flores são a sua manifestação mais suave e perfumada. Elas se agrupam em inflorescências do tipo capítulo, que são cabeças globosas, densas e que se assemelham a um “pompom”. As flores são de cor branca ou creme-amarelada. A beleza da inflorescência não reside nas pétalas, que são minúsculas, mas sim na massa de estames longos e numerosos que se projetam para fora, criando este efeito de “pincel de barba”. A floração é abundante e muito perfumada, atraindo uma nuvem de abelhas e outros insetos.

O fruto é uma vagem (legume) achatada, de consistência papirácea a coriácea, que amadurece adquirindo uma cor castanha. O fruto é deiscente, ou seja, ele se abre na maturidade para liberar suas sementes.

As sementes são de formato orbicular, achatadas e de cor marrom-claro. Elas são as portadoras da herança genética desta árvore pioneira, prontas para iniciar um novo ciclo de cicatrização e crescimento na paisagem.

Ecologia, Habitat & Sucessão do Angico-branco

A ecologia da Senegalia polyphylla é a de um mestre da regeneração, uma espécie que personifica a força vital das florestas em formação. Sua presença nos cinco grandes biomas – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal – a consagra como uma das espécies pioneiras mais importantes e de mais ampla distribuição do Brasil. Ela é uma especialista em colonizar ambientes abertos e ensolarados, sendo uma presença constante em clareiras, bordas de mata, capoeiras e áreas degradadas.

Na dinâmica de sucessão ecológica, o Angico-branco é uma espécie pioneira e secundária inicial por excelência. Seu ciclo de vida é projetado para a velocidade e a resiliência. Possui um crescimento muito rápido, tolera solos pobres e compactados e necessita de sol pleno para se desenvolver. Como uma leguminosa, ela realiza a fixação biológica de nitrogênio, enriquecendo o solo e tornando-o mais fértil para as espécies que virão depois dela. É uma das principais “árvores-enfermeiras”, que preparam o caminho para o retorno da floresta madura.

As interações com a fauna são um banquete de vida. A floração massiva e perfumada do Angico-branco o transforma em um dos mais importantes recursos para a comunidade de insetos polinizadores. É uma planta apícola de primeira ordem, atraindo uma imensa diversidade de abelhas nativas, vespas, borboletas e outros insetos, que são recompensados com uma farta oferta de pólen e néctar. É uma árvore que zune de vida durante sua floração.

A dispersão de suas sementes é uma estratégia mista. A dispersão primária se dá pelo vento (anemocoria) e pela gravidade (barocoria), quando as vagens se abrem e liberam as sementes leves. Por ser uma árvore que frequentemente habita as matas ciliares, a dispersão pela água (hidrocoria) também é um mecanismo importante, com as sementes sendo carregadas pelos rios para colonizar novas margens.

Usos e Aplicações do Angico-branco

O Angico-branco é uma das árvores de uso múltiplo mais importantes do Brasil, uma verdadeira farmácia e um pilar da construção rural. Suas aplicações, que vão da medicina à apicultura, refletem a riqueza de sua química e a generosidade de sua biologia.

Seu uso mais nobre e consagrado é o medicinal. A casca do Angico-branco é um dos remédios mais tradicionais e eficazes da farmacopeia popular brasileira. Rica em taninos, ela é um poderoso adstringente, anti-inflamatório e cicatrizante. O chá de sua casca é um remédio universal para o tratamento de diarreias e disenterias. É também o principal ingrediente de xaropes e “lambedores” para o tratamento de doenças respiratórias, como tosses, bronquites, asma e gripes, por sua ação expectorante. Externamente, o pó ou o chá da casca é usado para lavar feridas, úlceras e inflamações, acelerando a cicatrização.

O seu valor ecológico é de uma importância estratégica para o futuro de nossos biomas. Como uma espécie pioneira de crescimento ultrarrápido, fixadora de nitrogênio e adaptada a quase todo o território nacional, ela é uma das espécies mais importantes para a restauração de áreas degradadas, especialmente matas ciliares. Seu plantio é uma das formas mais rápidas e eficientes de se iniciar a recuperação de uma paisagem.

A madeira do Monjoleiro é de boa qualidade, sendo moderadamente pesada, resistente e de boa durabilidade, especialmente quando protegida da umidade. É amplamente utilizada na construção rural (vigas, caibros, esteios), para a fabricação de mourões de cerca e como uma excelente lenha e fonte de carvão. A casca, rica em taninos, também é utilizada para o curtimento de couro.

Além de tudo isso, o Angico-branco é uma das mais importantes plantas apícolas do Brasil, garantindo a produção de um mel de excelente qualidade e sustentando as populações de abelhas, que são vitais para todo o ecossistema.

Cultivo & Propagação do Angico-branco

Cultivar um Angico-branco é um ato de regeneração em ritmo acelerado. A propagação da Senegalia polyphylla é um processo simples e rápido, que a torna uma espécie ideal para projetos de grande escala e para quem deseja ver resultados em pouco tempo, seja na restauração, na produção de mel ou na recuperação de uma propriedade.

O ciclo começa com a coleta das vagens, que deve ser feita quando estão secas e de cor marrom na árvore. As sementes devem ser extraídas das vagens. Como é típico de muitas leguminosas, as sementes do Angico-branco possuem uma casca dura e impermeável que lhes confere dormência física. Para garantir uma boa germinação, a escarificação é um passo essencial.

O tratamento mais eficaz é a imersão em água quente. Ferve-se a água, retira-se do fogo e as sementes são imersas, permanecendo de molho por 24 horas. Este choque térmico e a hidratação subsequente são suficientes para quebrar a dormência. A semeadura deve ser feita em um substrato bem drenado, em sacos de mudas ou tubetes, a uma profundidade de 1 a 2 cm. A germinação, após a escarificação, é rápida, ocorrendo em 1 a 3 semanas.

As mudas de Angico-branco apresentam um crescimento muito rápido e vigoroso. Elas devem ser cultivadas a pleno sol e, com irrigações regulares, atingem o porte ideal para o plantio no campo (30-50 cm) em apenas 3 a 4 meses. No campo, seu desenvolvimento continua acelerado, e a árvore pode crescer vários metros em seus primeiros anos.

O plantio da Senegalia polyphylla é ideal para a recuperação de áreas degradadas em todos os biomas, para a formação de cercas-vivas defensivas (devido aos espinhos), para a produção de mel e para a composição de sistemas agroflorestais. É uma árvore de múltiplos talentos e de uma generosidade imensa, uma verdadeira aliada do homem e da natureza.

Referências utilizadas para o Angico-branco

Esta descrição detalhada da Senegalia polyphylla foi construída com base em fontes científicas de alta credibilidade e na vasta documentação etnobotânica sobre seus múltiplos usos em todo o Brasil. O objetivo foi criar um retrato completo que celebra a versatilidade, a resiliência e a profunda importância desta árvore pioneira. As referências a seguir são a base de conhecimento que sustenta esta narrativa.

• Terra, V.; Morim, M.P. Senegalia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://florabrasil.jbrj.gov.br/FB101015>. Acesso em: 24 jul. 2025. (Fonte primária para dados taxonômicos, morfológicos e de distribuição oficial).
• Lorenzi, H. 1992. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, Vol. 1. 1ª ed. Editora Plantarum, Nova Odessa, SP. (Referenciado como *Acacia polyphylla*, é uma fonte essencial para informações práticas sobre cultivo, usos e características gerais).
• Pio Corrêa, M. 1984. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas. 6 vols. Ministério da Agricultura/IBDF, Rio de Janeiro. (Obra clássica de referência para os múltiplos nomes populares e usos da espécie).
• Carvalho, P.E.R. 2003. Espécies Arbóreas Brasileiras, Vol. 1. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília, DF. (Compêndio detalhado da Embrapa com informações silviculturais e ecológicas).
• Rodrigues, R.R., Brancalion, P.H.S. & Isernhagen, I. (Orgs.). 2009. Pacto pela Restauração da Mata Atlântica: Referencial dos Conceitos e Ações de Restauração Florestal. LERF/ESALQ, Instituto BioAtlântica. (Contextualização da importância de espécies pioneiras como o Angico-branco).
• De Candolle, A.P. 1813. Catalogus plantarum horti botanici monspeliensis, p. 74. (Publicação original onde a espécie foi descrita como *Acacia polyphylla*).

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