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Sementes de Angelim de saia – Parkia pendula

Vendido por: Emergente Florestal
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Família: Fabaceae
Espécie: Parkia pendula
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotiledôneas)
Ordem: Fabales

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Introdução & Nomenclatura do Angelim-de-saia

Na imensa catedral verde que são as florestas da Amazônia e da Mata Atlântica, existem árvores que são os verdadeiros vitrais e candelabros, monumentos vivos que adornam o dossel com uma beleza rara e inesperada. O Angelim-de-saia, cientificamente conhecido como Parkia pendula, é o mais espetacular desses ornamentos. Seu nome popular é uma pintura em palavras. “Angelim” ou “Faveira” o posiciona em sua nobre família das leguminosas, conhecida por suas árvores de grande porte. O complemento “de-saia” ou, como é mais conhecido na Amazônia, “de-chorão”, descreve com perfeição poética a sua característica mais marcante: suas inflorescências que pendem da copa em pedúnculos (hastes) longuíssimos, como as franjas de uma saia ou como as lágrimas de um gigante que chora flores. Outros nomes, como Paricá ou Angico, são compartilhados com outras leguminosas, mas a imagem do “chorão” é a sua assinatura inconfundível.

A nomenclatura científica, Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp., nos conta a história de sua identidade botânica e de sua descoberta. O gênero Parkia é uma homenagem ao explorador escocês Mungo Park, um dos primeiros europeus a explorar o interior da África Ocidental, de onde também são nativas outras espécies do gênero. O epíteto específico, pendula, vem do latim e significa “pêndulo” ou “pendente”, uma descrição direta e precisa de suas inflorescências. Estudar o Angelim-de-saia é valorizar uma das mais fascinantes adaptações do reino vegetal. É entender como uma árvore desenvolveu uma estratégia tão única e espetacular para garantir sua polinização, em uma dança noturna com os seus parceiros alados, os morcegos. Cada semente de Angelim-de-saia é um testemunho desta história de coevolução, uma promessa de que um novo gigante pendurará seus lustres no teto da futura floresta.

Aparência: Como reconhecer o Angelim-de-saia

A identificação do Angelim-de-saia é o reconhecimento de um verdadeiro gigante da floresta, uma árvore emergente cuja silhueta e modo de floração são únicos. A Parkia pendula é uma árvore de grande porte, que pode atingir de 20 a 40 metros de altura, com uma copa que se eleva acima do dossel principal da mata. O tronco é reto, alto e cilíndrico, podendo apresentar sapopemas (raízes tabulares) em sua base. A copa é ampla e aberta, muitas vezes em formato de umbela (guarda-chuva), espalhando-se sobre as árvores vizinhas.

A folhagem do Angelim-de-saia é de uma delicadeza que contrasta com a sua imensidão. As folhas são compostas bipinadas, grandes e com uma aparência de pluma ou de samambaia, muito semelhante à de um jacarandá. São formadas por numerosos pares de pequenos folíolos, o que confere à copa uma textura muito fina e um sombreamento leve. Mas o verdadeiro espetáculo, a sua característica mais extraordinária, é a sua inflorescência. Da copa da árvore, pendem longuíssimos pedúnculos, que são como cordas ou cabos que podem medir de 1 a 3 metros de comprimento. Na ponta de cada um desses pêndulos, surge a inflorescência, que é um capítulo globoso, uma esfera com cerca de 5 a 7 cm de diâmetro. Esta “bola” é formada por centenas de flores minúsculas e densamente agrupadas. O que mais se destaca são as anteras e os nectários de cor vermelha, que conferem à inflorescência a aparência de uma bola de veludo vermelho ou de uma lanterna chinesa exótica, pendurada a metros de altura. A floração ocorre geralmente durante a noite, e a visão desses lustres vermelhos pendendo do céu da floresta é um dos espetáculos mais surreais e magníficos da natureza. Após a polinização, formam-se os frutos, que são vagens longas, achatadas e de textura coriácea, que também pendem dos mesmos pedúnculos. As vagens, de cor escura quando maduras, se abrem para liberar as sementes.

Ecologia, Habitat & Sucessão do Angelim-de-saia

A ecologia da Parkia pendula é a de uma espécie de dossel, um gigante que vive e interage com o ecossistema a partir do topo da floresta. O Angelim-de-saia é uma árvore nativa de vasta distribuição no Brasil, sendo um componente importante de dois grandes biomas: a Amazônia e a Mata Atlântica. Seu habitat preferencial são as Florestas de Terra Firme e as Florestas Ombrófilas, ou seja, as matas úmidas e que não sofrem inundações. É uma árvore que necessita de muita luz para se desenvolver, o que explica sua posição como uma espécie emergente, que ultrapassa a altura do dossel principal para expor sua copa ao sol pleno.

Do ponto de vista da sucessão ecológica, o Angelim-de-saia é uma espécie de estágios tardios, sendo classificada como secundária tardia a clímax. Seu crescimento é relativamente rápido para uma espécie de clímax, mas sua estratégia é a de ocupar um lugar permanente no topo da floresta. As interações ecológicas da *Parkia pendula* são um dos exemplos mais fantásticos de coevolução. A sua estrutura de floração, com as inflorescências pendendo em longos cabos, longe da copa, é uma adaptação clássica à polinização por morcegos (quiropterofilia). Durante a noite, morcegos nectarívoros são atraídos pela cor e pelo odor das flores e, por encontrarem a inflorescência suspensa em um espaço aberto, conseguem acessá-la em voo, agarrando-se à “bola” para lamber o néctar e, nesse processo, se cobrindo de pólen. Esta estratégia garante uma polinização cruzada muito eficiente. A dispersão de suas sementes é feita principalmente por animais (zoocoria). Após a queda das vagens, mamíferos como macacos e outros roedores podem consumir as sementes ou a polpa que as envolve, dispersando-as pela floresta. Como membro da família das leguminosas, o Angelim-de-saia também contribui para a fertilidade do solo através da fixação de nitrogênio, enriquecendo o ecossistema onde vive.

Usos e Aplicações do Angelim-de-saia

A Parkia pendula é uma árvore de grande valor, cujas aplicações vão da indústria madeireira à restauração de ecossistemas e ao paisagismo monumental. O principal uso do Angelim-de-saia ou Faveira-de-chorão é na indústria madeireira. Sua madeira é moderadamente pesada, de boa trabalhabilidade e de boa durabilidade, sendo muito utilizada na construção civil para estruturas internas, como vigas, caibros e ripas. Também é empregada na marcenaria, para a confecção de móveis, painéis, laminados e na produção de miolo de portas. Devido ao seu porte grande e ao seu fuste reto, é uma árvore de bom rendimento madeireiro, o que a torna uma espécie de interesse para o manejo florestal sustentável na Amazônia.

Na restauração ecológica, por ser uma espécie de clímax e de crescimento relativamente rápido, é uma árvore importante para o enriquecimento de florestas secundárias em estágios mais avançados, ajudando a recompor a estrutura do dossel e as complexas interações com a fauna, como a polinização por morcegos. Seu plantio em áreas de restauração é um investimento de longo prazo na saúde e na complexidade da floresta. No paisagismo, o Angelim-de-saia é uma escolha para projetos de grande escala e de grande ousadia. Seu porte gigantesco e, principalmente, sua floração única e espetacular, a tornam uma árvore de um impacto visual incomparável. É ideal para a arborização de grandes parques, jardins botânicos e fazendas, onde pode ser plantada como um espécime monumental, para que sua arquitetura e seus “lustres” florais possam ser plenamente apreciados. A casca da árvore é rica em taninos, podendo ser utilizada no curtimento de couros. As sementes de algumas espécies de *Parkia* são comestíveis (como o feijão-parkia na África), mas o uso alimentar das sementes de *Parkia pendula* não é comum ou documentado, embora a polpa que envolve a semente possa ser consumida pela fauna. A decisão de cultivar o Angelim-de-saia é uma escolha pela grandiosidade, uma forma de trazer para a paisagem um dos mais incríveis espetáculos da natureza e de contribuir para a manutenção de um ecossistema rico e complexo.

Cultivo & Propagação do Angelim-de-saia

O cultivo do Angelim-de-saia é um projeto para quem pensa a longo prazo e deseja cultivar um dos gigantes mais espetaculares da flora brasileira. A propagação da Parkia pendula é feita por sementes, que estão contidas dentro de suas longas vagens. O processo exige a superação da dormência da semente, mas, uma vez que isso é feito, o desenvolvimento é relativamente rápido para uma árvore de seu porte. O primeiro passo é a coleta dos frutos (as vagens), que deve ser feita quando eles estão maduros e secos, mas antes que se abram completamente. As sementes devem ser extraídas das vagens para o plantio.

As sementes do Angelim-de-saia, como as de muitas leguminosas de grande porte, possuem um tegumento duro e impermeável, o que lhes confere dormência física. Para que a germinação ocorra de forma satisfatória, é essencial realizar um tratamento de quebra de dormência. A escarificação mecânica, lixando-se a casca da semente no lado oposto ao do hilo, ou a escarificação com água quente são os métodos mais eficazes. Para o tratamento com água quente, deve-se imergir as sementes em água fervente por um curto período (cerca de 1 minuto) e, em seguida, deixá-las de molho em água à temperatura ambiente por 24 horas. Após o tratamento, a semeadura deve ser feita em recipientes individuais, como saquinhos ou tubetões, utilizando um substrato rico em matéria orgânica e bem drenado. As sementes devem ser cobertas com uma camada de 1 a 2 cm de substrato. Os recipientes devem ser mantidos em um local com boa luminosidade (meia-sombra a sol pleno). A germinação das sementes tratadas é rápida, ocorrendo geralmente entre 15 e 30 dias. O desenvolvimento das mudas é rápido. Em 6 a 8 meses, elas já podem atingir um porte adequado para o plantio no campo. O plantio definitivo deve ser realizado no início da estação chuvosa, em um local de sol pleno e com espaço suficiente para o desenvolvimento de uma árvore que se tornará um gigante.

Referências

• Hopkins, H. C. F. (1986). *Parkia* (Leguminosae: Mimosoideae). *Flora Neotropica Monograph*, 43, 1–123. (Nota: A monografia de referência para o gênero, com descrição detalhada da espécie).
Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso contínuo para a verificação da nomenclatura oficial, sinônimos e distribuição geográfica da espécie.
• Lorenzi, H. (2002). Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, Vol. 2. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.
• Artigos científicos sobre a ecologia da polinização por morcegos (quiropterofilia) e a dispersão de sementes de espécies do gênero *Parkia*, disponíveis em bases de dados como SciELO e Google Scholar.
• Publicações de instituições como a Embrapa e o INPA sobre espécies madeireiras e de importância ecológica da Amazônia.

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