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Sementes de Mamica de porca – Zanthoxylum rhoifolium

Vendido por: Verde Novo
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Família: Rutaceae
Espécie: Zanthoxylum rhoifolium
Divisão: Angiospermas
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Sapindales

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Introdução & Nomenclatura da Mamica-de-porca

Dizem que a importância de uma planta pode ser medida pela quantidade de nomes que ela recebe. Se for verdade, poucas árvores no Brasil são tão importantes quanto a Zanthoxylum rhoifolium. Este ser botânico é um camaleão de nomes e de habitats, uma verdadeira conquistadora. É conhecida como Mamica-de-porca ou Mamica-de-cadela, por causa dos espinhos em seu tronco que se assemelham a mamilos. É chamada de Espinho-de-vintém, pois a base de seus acúleos lembra uma antiga moeda. É a Laranjeira-brava ou o Limãozinho, pois suas folhas, quando maceradas, liberam o perfume inconfundível dos citrus, denunciando seu parentesco com as laranjas e limões. É a Tinguaciba, a Juva, o Tambataru. Cada nome é um reflexo de sua aparência, de seu cheiro, de seu poder, uma crônica da profunda conexão que as diversas culturas do Brasil estabeleceram com esta árvore-guerreira.

O nome científico, Zanthoxylum rhoifolium Lam., nos conta outra parte de sua história. O gênero, *Zanthoxylum*, vem do grego *xanthos* (amarelo) e *xylon* (madeira), significando “madeira amarela”, uma característica de muitas espécies do gênero, cujas raízes ou cerne fornecem um corante amarelo. O epíteto específico, *rhoifolium*, significa “com folhas de *Rhus*”, o gênero do sumagre, uma referência à semelhança de suas folhas compostas. Pertencente à família Rutaceae, ela é uma prima selvagem e espinhenta de todos os nossos citrus.

Mas a característica mais impressionante da Mamica-de-porca é sua incrível onipresença. Ela é a planta mais “brasileira” que se pode imaginar, com ocorrência nativa confirmada em todos os seis biomas do Brasil: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Esta capacidade de prosperar em virtualmente qualquer clima e solo de nosso vasto território faz dela um símbolo supremo de adaptabilidade e resiliência. Ter uma semente de *Zanthoxylum rhoifolium* é ter em mãos a promessa de cultivar a própria força vital da terra brasileira, uma planta que é, ao mesmo tempo, armadura, perfume e farmácia.

Aparência: Como reconhecer a Mamica-de-porca?

Reconhecer a Mamica-de-porca é identificar uma árvore que se anuncia de longe por sua arquitetura e de perto por seus espinhos e seu perfume. A Zanthoxylum rhoifolium é uma árvore de porte médio, que pode atingir de 5 a 15 metros de altura, com uma copa ampla e arredondada. Sua característica mais marcante e que lhe rende tantos nomes é a presença de acúleos (espinhos) robustos e cônicos em seu tronco e ramos. Em árvores jovens, estes espinhos são particularmente numerosos e afiados. Em indivíduos mais velhos, os espinhos do tronco desenvolvem uma base lenhosa e larga, que se assemelha a uma moeda (“vintém”) ou a uma teta (“mamica”).

A segunda pista para sua identificação é o aroma. Ao macerar uma folha, exala-se um perfume cítrico forte e refrescante, muito semelhante ao de laranjas ou limões. As folhas são compostas e imparipinadas, formadas por 7 a 20 folíolos de textura firme e margens crenadas. A raque da folha (o eixo central) é frequentemente também coberta de espinhos, reforçando sua natureza defensiva.

As flores da Zanthoxylum rhoifolium são pequenas, discretas e de cor creme-esverdeada. Elas se agrupam em grandes inflorescências do tipo panícula, que são cachos ramificados e terminais de aparência piramidal. Embora as flores individuais não sejam vistosas, a floração é abundante e ocorre por um longo período, geralmente da primavera ao outono, tornando a árvore um importante recurso para os insetos polinizadores. A espécie é subdioica, o que significa que geralmente existem plantas masculinas e plantas femininas, mas ocasionalmente podem ocorrer flores de ambos os sexos no mesmo indivíduo.

O fruto é pequeno, de formato subgloboso, e tecnicamente um folículo. Ao amadurecer, ele adquire uma coloração avermelhada ou castanha e se abre em duas metades para expor seu conteúdo. A casca do fruto é rugosa, coberta por glândulas esféricas que contêm óleos essenciais, contribuindo para o aroma da planta.

Dentro de cada fruto, há uma única semente. Ela é pequena, obovoide, de cor preta e brilhante, como uma pequena pérola negra. A semente muitas vezes permanece pendurada no fruto aberto por um tempo, uma estratégia para atrair as aves que irão dispersá-la, completando o ciclo de vida desta guerreira aromática.

Ecologia, Habitat & Sucessão da Mamica-de-porca

A ecologia da Zanthoxylum rhoifolium é um tratado sobre o sucesso da generalização e da estratégia pioneira. Ser capaz de prosperar em todos os seis biomas brasileiros, da Floresta Amazônica aos Campos do Pampa, é um feito de adaptabilidade que poucas espécies de árvores conseguem igualar. Ela é uma verdadeira “generalista”, habitando desde o interior de florestas úmidas até as bordas de matas secas, capoeiras, restingas e cerrados. Sua presença é particularmente notável em ambientes em regeneração.

Na dinâmica de sucessão ecológica, a Mamica-de-porca é uma espécie pioneira e secundária inicial por excelência. Seu crescimento é rápido, ela tolera o sol pleno e é uma das primeiras a colonizar áreas degradadas, clareiras abertas pelo desmatamento ou por quedas de árvores. Seus espinhos lhe conferem uma grande vantagem em áreas de pastagem, pois o gado a evita, permitindo que ela cresça livremente e funcione como um “poleiro” e um núcleo de regeneração para outras espécies. Ela é uma das mais importantes “enfermeiras” da paisagem brasileira.

As interações com a fauna são ricas e diversificadas. A polinização de suas pequenas e numerosas flores é realizada por uma vasta gama de insetos, principalmente abelhas, vespas e moscas, que são atraídos pelo pólen e pelo néctar. A floração prolongada a torna uma fonte de alimento constante e confiável para a comunidade de polinizadores.

A dispersão de suas sementes é uma parceria clássica com as aves (ornitocoria). Quando o fruto se abre, o contraste entre a casca avermelhada e a semente preta e brilhante funciona como um sinal visual. Diversas espécies de pássaros são atraídas, consomem a semente (ou o pequeno arilo que a envolve) e a dispersam em suas fezes ou ao regurgitá-la em outro local. Esta dispersão eficiente, realizada por parceiros alados, é um dos segredos de sua capacidade de colonizar rapidamente novas áreas e de sua presença em todo o território nacional.

Usos e Aplicações da Mamica-de-porca

A Mamica-de-porca é uma das mais completas e versáteis farmácias da flora brasileira, uma árvore cujas cascas, folhas e frutos são um tesouro da medicina popular. Suas aplicações, no entanto, se estendem à culinária, à restauração e à madeira, fazendo da Zanthoxylum rhoifolium uma planta de múltiplos dons.

Seu uso mais nobre e consagrado é o medicinal. Todas as partes da planta são ricas em alcaloides, óleos essenciais e outros compostos bioativos. A casca, em particular, é famosa por suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. É um remédio tradicionalmente utilizado para aliviar dores de dente (mastigar um pedaço da casca tem um efeito anestésico local), reumatismo e dores na coluna. O chá da casca e das folhas é um tônico digestivo, usado para tratar dores de estômago, úlceras e gases. Também é empregado como sudorífico e diurético, e externamente, como antisséptico para a limpeza de feridas.

Na culinária, os frutos de algumas espécies de *Zanthoxylum* são utilizados como especiaria, como a pimenta-de-sichuan. Embora o uso da *Z. rhoifolium* como condimento seja menos comum no Brasil, suas sementes possuem um sabor picante e aromático, representando um potencial a ser explorado. O valor ecológico da espécie é imensurável. Como uma pioneira de crescimento rápido, adaptada a todos os biomas, ela é uma das espécies mais estratégicas para a restauração de áreas degradadas em qualquer parte do Brasil. É uma verdadeira “árvore-coringa” para o reflorestamento.

A madeira do Mamica-de-porca é de boa qualidade, sendo moderadamente pesada e de boa durabilidade. É utilizada na marcenaria para a confecção de móveis, em construção civil leve e para a produção de cabos de ferramentas. É também uma excelente lenha. Seus espinhos a tornam uma escolha natural para a criação de cercas-vivas defensivas e impenetráveis.

Cultivo & Propagação da Mamica-de-porca

Cultivar uma Mamica-de-porca é um convite a ter no jardim uma farmácia viva, uma fortaleza espinhosa e uma incansável restauradora de ecossistemas. A propagação da Zanthoxylum rhoifolium é um processo simples, e seu crescimento rápido a torna uma espécie muito gratificante para o cultivo, ideal para projetos que buscam resultados em um curto espaço de tempo.

O ciclo começa com a coleta dos frutos, que deve ser feita quando eles estão maduros e começando a se abrir na árvore para expor a semente preta e brilhante. As sementes podem ser facilmente coletadas e devem, de preferência, ser plantadas frescas para garantir uma maior taxa de germinação.

As sementes de Mamica-de-porca geralmente não apresentam dormência e germinam com facilidade. A semeadura pode ser feita em sementeiras, tubetes ou sacos de mudas, utilizando um substrato bem drenado. As sementes devem ser cobertas com uma fina camada de terra. A germinação é rápida, ocorrendo em 2 a 4 semanas.

As mudas de Zanthoxylum rhoifolium apresentam um crescimento muito rápido. Elas devem ser cultivadas a pleno sol e são muito rústicas, tolerando uma ampla gama de solos e condições climáticas. Em apenas um ano, as mudas podem atingir mais de 2 metros de altura, demonstrando seu vigor de espécie pioneira.

O plantio da Mamica-de-porca é ideal para a recuperação de áreas degradadas em todo o Brasil. É também uma excelente escolha para a formação de cercas-vivas defensivas e para quem deseja ter um jardim medicinal. É importante, no entanto, plantá-la em locais onde seus espinhos não representem um risco, longe de áreas de grande circulação. É uma árvore que recompensa com sua velocidade, sua rusticidade e seus múltiplos dons.

Referências utilizadas para a Mamica-de-porca

Esta descrição detalhada da Zanthoxylum rhoifolium foi construída com base em fontes científicas de alta credibilidade e na vasta documentação etnobotânica sobre seus múltiplos usos em todo o Brasil. O objetivo foi criar um retrato completo que celebra a versatilidade, a resiliência e a profunda importância cultural desta árvore-guerreira. As referências a seguir são a base de conhecimento que sustenta esta narrativa.

• Pirani, J.R.; Groppo, M. Rutaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://florabrasil.jbrj.gov.br/FB1162>. Acesso em: 23 jul. 2025. (Fonte primária para dados taxonômicos, morfológicos e de distribuição oficial).
• Lorenzi, H. 1992. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, Vol. 1. 1ª ed. Editora Plantarum, Nova Odessa, SP. (Fonte essencial para informações práticas sobre cultivo, usos e características gerais).
• Pio Corrêa, M. 1984. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas. 6 vols. Ministério da Agricultura/IBDF, Rio de Janeiro. (Obra clássica de referência para os múltiplos nomes populares e usos da espécie).
• Pirani, J.R. 2002. Rutaceae. In: Wanderley, M.G.L. et al. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 2. HUCITEC, FAPESP, São Paulo, pp. 281-308. (Revisão detalhada da família para uma de suas principais áreas de ocorrência).
• Rodrigues, R.R., Brancalion, P.H.S. & Isernhagen, I. (Orgs.). 2009. Pacto pela Restauração da Mata Atlântica: Referencial dos Conceitos e Ações de Restauração Florestal. LERF/ESALQ, Instituto BioAtlântica. (Contextualização da importância de espécies pioneiras como a Mamica-de-porca).
• Lamarck, J.B. de. 1786. Encyclopédie Méthodique, Botanique, vol. 2, p. 39. (Publicação original onde a espécie foi descrita pela primeira vez).

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