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Sementes de Capim Vaqueiro – Cynodon dactylon

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Família: Poaceae (Gramineae)
Espécie: Cynodon dactylon (L.) Pers.
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Liliopsida (Monocotyledoneae)
Ordem: Poales

A partir de R$10,94

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Introdução & Nomenclatura do Capim-vaqueiro

No vasto e diversificado mundo das gramíneas, poucas espécies alcançaram um sucesso global tão retumbante quanto o Capim-vaqueiro, cientificamente conhecido como Cynodon dactylon. Embora seu nome popular no Brasil, “Capim-vaqueiro”, sugira uma ligação direta com nossas pastagens e com a figura do vaqueiro, sua história é muito mais antiga e cosmopolita. Esta gramínea não é nativa do Brasil; sua origem remonta às savanas da África e às estepes da Ásia, de onde iniciou uma jornada de dispersão que a levou a todos os continentes, exceto a Antártida. No Brasil, ela é mais conhecida por outro nome, que revela sua ampla utilização em áreas de lazer e esporte: Grama-bermuda. Seus outros nomes populares ao redor do mundo, como “Couch grass” ou “Bermuda grass” em inglês, refletem sua capacidade de formar um tapete denso e resistente. Conhecer o Capim-vaqueiro é, portanto, estudar um fenômeno de adaptação e de sucesso ecológico, é entender como uma planta, através de suas características únicas, conseguiu se tornar uma das forrageiras e gramas de gramado mais importantes e difundidas em todo o planeta.

A nomenclatura científica, Cynodon dactylon (L.) Pers., nos oferece pistas sobre sua aparência e história. O nome do gênero, Cynodon, vem do grego, da junção de “kyon” (cão) e “odous” (dente), significando “dente de cão”. Esta é uma referência à aparência de seus rizomas (caules subterrâneos), que são pontiagudos e se assemelham aos dentes caninos. O epíteto específico, dactylon, também vem do grego, de “daktylos”, que significa “dedo”. Esta é uma descrição perfeita de sua inflorescência, que é composta por várias espigas finas que se irradiam de um mesmo ponto, lembrando os dedos de uma mão aberta. A espécie foi originalmente descrita por Lineu como *Panicum dactylon* e posteriormente recombinada para o gênero *Cynodon* por Christiaan Hendrik Persoon. A história taxonômica da espécie é complexa, com inúmeros sinônimos descritos ao longo do tempo, como *Capriola dactylon* e *Digitaria dactylon*, o que reflete sua ampla distribuição e a variação morfológica que ela apresenta. Estudar o Capim-vaqueiro é, portanto, uma lição sobre a tenacidade e a eficiência. É entender como uma planta, com sua capacidade de se espalhar tanto por sementes quanto por estolões e rizomas, conquistou o mundo e se tornou uma aliada indispensável na produção de alimentos, na criação de espaços de lazer e na proteção do solo.

Aparência: Como reconhecer o Capim-vaqueiro

A identificação do Capim-vaqueiro ou Grama-bermuda é relativamente fácil devido à sua forma de crescimento e à estrutura característica de sua inflorescência. A Cynodon dactylon é uma gramínea perene, de porte baixo, que forma um gramado extremamente denso e resistente. Sua principal característica é seu sistema de propagação duplo: ela se espalha tanto por estolões, que são caules que crescem horizontalmente sobre a superfície do solo, quanto por rizomas, que são caules subterrâneos. Esta combinação de estolões e rizomas cria uma trama interligada e muito densa, que confere ao gramado sua famosa resistência ao pisoteio e sua capacidade de se recuperar rapidamente de danos. As folhas são curtas, finas e de uma coloração verde-intensa, que pode variar um pouco dependendo da variedade e das condições de cultivo. A textura das folhas é macia, o que a torna agradável ao toque e ideal para gramados de lazer e esporte.

A floração do Capim-vaqueiro é o que lhe confere o nome *dactylon*. Em condições de menor manutenção ou em áreas onde não é constantemente aparada, a planta emite hastes florais eretas, que podem atingir de 15 a 40 cm de altura. No topo de cada haste, surge a inflorescência, que é uma panícula digitada. Isso significa que ela é composta por um conjunto de 3 a 7 espigas muito finas e alongadas, que se originam de um único ponto, irradiando-se como os dedos de uma mão. As espiguetas, que contêm as flores, são muito pequenas e dispostas em duas fileiras ao longo de cada espiga. A cor da inflorescência varia do verde ao roxo. Embora a floração não seja o principal atrativo ornamental da planta, ela é fundamental para a sua propagação por sementes e é uma característica diagnóstica importante. A combinação de seu hábito de crescimento rasteiro e denso, com estolões e rizomas, e sua inflorescência em forma de “dedos”, torna o Capim-vaqueiro uma das gramíneas mais reconhecíveis e distintas do mundo.

Ecologia, Habitat & Sucessão do Capim-vaqueiro

Ao discutir a ecologia da Cynodon dactylon, é imperativo lembrar que estamos analisando uma espécie exótica e com alto potencial de invasão no Brasil. Sua capacidade de adaptação e sua agressividade competitiva a tornam uma ameaça para ecossistemas nativos, especialmente os campestres e de áreas úmidas. Portanto, seu plantio deve ser feito de forma responsável, restrito a áreas de cultivo, pastagens manejadas e gramados urbanos, longe de fragmentos de vegetação nativa. Em seu habitat de origem, nas savanas e estepes da África e da Ásia, o Capim-vaqueiro é uma espécie pioneira por excelência. Ele é adaptado a uma ampla gama de condições climáticas, desde as tropicais até as subtropicais, e a diversos tipos de solo, embora prefira solos bem drenados e férteis. É uma planta que necessita de sol pleno para prosperar e não tolera o sombreamento.

Sua estratégia de sucessão ecológica é a da dominação. O Capim-vaqueiro é uma espécie C4, o que significa que possui um metabolismo fotossintético altamente eficiente em condições de alta luminosidade e temperatura, o que lhe confere uma grande vantagem competitiva sobre muitas espécies nativas de clima temperado (C3). Sua capacidade de se propagar vegetativamente através de estolões e rizomas permite que ele forme um tapete denso e fechado, que rapidamente sufoca e exclui outras plantas, especialmente as herbáceas nativas. Além disso, ele produz compostos alelopáticos, substâncias químicas que são liberadas no solo e que inibem a germinação e o crescimento de outras espécies ao seu redor. Esta combinação de crescimento rápido, propagação vegetativa agressiva e alelopatia faz do Capim-vaqueiro um colonizador extremamente eficaz e, em muitos contextos, uma planta daninha de difícil controle. A polinização é feita pelo vento (anemofilia), e a planta produz uma grande quantidade de sementes viáveis, que são dispersas pelo vento, pela água e por animais. A ecologia do Capim-vaqueiro é uma lição sobre o poder e o perigo da introdução de espécies exóticas. Ela nos mostra como características que são vantajosas para o uso humano, como a rusticidade e o crescimento rápido, podem se tornar um grande problema ambiental quando a planta escapa para ambientes naturais.

Usos e Aplicações do Capim-vaqueiro

A Cynodon dactylon é, sem dúvida, uma das gramíneas mais úteis e economicamente importantes do mundo, com uma gama de aplicações que vai da pecuária ao esporte de alto rendimento. O principal uso do Capim-vaqueiro, que lhe confere o nome popular no Brasil, é como planta forrageira. É uma gramínea de excelente qualidade nutricional para o gado, especialmente para equinos, ovinos e caprinos. Sua alta produtividade, sua resistência ao pastejo intenso e sua capacidade de se recuperar rapidamente fazem dela uma das principais escolhas para a formação de pastagens em regiões de clima quente. Ela pode ser consumida diretamente no pasto ou pode ser cortada para a produção de feno de alta qualidade.

O segundo grande uso, e talvez o mais conhecido pelo público em geral, é na formação de gramados. A Grama-bermuda, como é mais conhecida neste contexto, é a grama de eleição para campos esportivos de alto desempenho, como campos de futebol, golfe, polo e beisebol. Sua capacidade de formar um tapete denso, sua resistência extrema ao pisoteio e ao corte baixo, e sua rápida recuperação são qualidades insuperáveis para este fim. Além dos campos esportivos, é amplamente utilizada em jardins residenciais, parques e áreas de lazer, onde se deseja um gramado de alta qualidade e resistência. Outra aplicação importante é no controle da erosão. Seu denso sistema de estolões e rizomas forma uma rede que segura o solo de forma muito eficaz, sendo utilizada para a estabilização de taludes, margens de estradas e áreas com risco de deslizamento. Na medicina tradicional de algumas culturas, o chá dos rizomas é utilizado como diurético e para o tratamento de problemas urinários. No entanto, é importante ressaltar que, apesar de todos esses usos benéficos, o Capim-vaqueiro é também considerado uma das plantas daninhas mais problemáticas do mundo, invadindo lavouras de diversas culturas, como a cana-de-açúcar, o café e os citros, onde seu controle é difícil e custoso. O uso do Capim-vaqueiro é, portanto, um exemplo clássico da dualidade de muitas espécies: uma planta de imenso valor econômico em ambientes controlados, mas de grande potencial de dano em ambientes naturais ou agrícolas não desejados.

Cultivo & Propagação do Capim-vaqueiro

O cultivo do Capim-vaqueiro ou Grama-bermuda é um processo relativamente simples, o que explica em grande parte o seu sucesso como gramínea cultivada em todo o mundo. A propagação da Cynodon dactylon pode ser feita tanto por sementes quanto por métodos vegetativos, como o plantio de placas, plugs ou estolões. A propagação por sementes é o método mais comum para o estabelecimento de grandes áreas, como pastagens ou campos esportivos. As sementes são pequenas e devem ser semeadas em um solo bem preparado, livre de outras plantas daninhas. A semeadura deve ser superficial, com as sementes sendo apenas levemente cobertas por uma fina camada de terra ou areia. A germinação é rápida, ocorrendo em cerca de 7 a 14 dias, desde que haja umidade e calor adequados.

Para a formação de gramados de jardim, o método mais utilizado é o plantio de placas ou tapetes de grama. Este método consiste em “transplantar” porções do gramado já formado, o que garante um estabelecimento muito mais rápido e uniforme. As placas são simplesmente estendidas sobre o solo preparado e irrigadas abundantemente até o enraizamento. A propagação por plugs (pequenas mudas com raiz) ou por estolões (ramos) também é utilizada, sendo uma opção mais econômica, embora o fechamento do gramado seja mais lento. O Capim-vaqueiro é uma planta que exige sol pleno para um bom desenvolvimento. Ele não tolera sombra e, em locais sombreados, o gramado se torna ralo e fraco. É uma espécie que responde muito bem à fertilização, especialmente com nitrogênio, que estimula o crescimento e a cor verde-intensa. A irrigação regular também é importante para manter a qualidade do gramado, embora a planta seja bastante resistente à seca, entrando em um estado de dormência durante períodos de estiagem e rebrotando com as primeiras chuvas. O principal cuidado no cultivo do Capim-vaqueiro é o controle de seu crescimento. Por ser muito agressivo, ele pode invadir canteiros e áreas adjacentes. A instalação de limitadores de grama enterrados no solo é uma boa prática para conter sua expansão. A manutenção requer cortes frequentes para manter a altura desejada e estimular o adensamento do gramado.

Referências

A construção deste perfil detalhado sobre o Capim-vaqueiro ou Grama-bermuda (Cynodon dactylon) foi fundamentada em uma ampla gama de fontes de referência em agronomia, botânica, manejo de pastagens e controle de plantas daninhas. Para garantir a precisão e a riqueza das informações, foram consultadas as seguintes fontes-chave:

• Lorenzi, H. (2008). Plantas Daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 4ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.
• Kissmann, K. G., & Groth, D. (1997). Plantas Infestantes e Nocivas. Tomo I. São Paulo: BASF.
Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/. (Nota: Utilizado para consulta de sinonímia e status de espécie cultivada e invasora no Brasil).
• Publicações e manuais técnicos da Embrapa sobre formação e manejo de pastagens e sobre o controle de plantas daninhas em diferentes culturas.
• Artigos científicos e revisões de literatura sobre a biologia, ecologia e o manejo de Cynodon dactylon, disponíveis em bases de dados como SciELO, Google Scholar e em periódicos internacionais de agronomia e ciência das plantas daninhas.
• Manuais de jardinagem e de manutenção de gramados esportivos, que detalham as técnicas de plantio e os cuidados com a Grama-bermuda.

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