Hierarquia Taxonômica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Magnoliales
Família: Annonaceae
Gênero: Annona
Espécie: Annona crassiflora Mart.
Sinônimos Relevantes
Annona macrocarpa Barb.Rodr.
Annona rodriguesii Barb.Rodr.
Forma de Vida e Substrato
Annona crassiflora é uma árvore decídua típica do Cerrado brasileiro, atingindo de 2,5 a 8 metros de altura. Possui sistema radicular axial profundo, permitindo a absorção de água e nutrientes em solos pobres e bem drenados. O tronco é reto, com casca grossa, corticosa e fissurada, adaptada às frequentes queimadas naturais do bioma. As folhas são ovadas e coriáceas, enquanto as flores verde-amareladas surgem entre novembro e janeiro, sendo polinizadas por besouros do gênero Cyclocephala. Os frutos são infrutescências múltiplas, com polpa cremosa e aromática, consumidos in natura ou em preparações culinárias.
Descrição com Campos Controlados
Altura: 2,5-8 metros
Diâmetro do tronco: 20-40 cm
Folhas: ovadas, coriáceas, de 12-18 cm de comprimento
Flores: verde-amareladas, de 2-3 cm de diâmetro
Frutos: infrutescências múltiplas, de 15-25 cm de diâmetro, pesando até 4,5 kg
Habitat: cerrado stricto sensu e cerradão
Clima: tropical sazonal, com estação seca bem definida
Origem
Annona crassiflora é nativa do Cerrado brasileiro, ocorrendo de forma descontínua em estados como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Bahia e São Paulo. A espécie está adaptada às condições edafoclimáticas do bioma, desenvolvendo-se em solos ácidos e de baixa fertilidade, típicos de regiões de cerrado com menor déficit de umidade.
Endemismo
Annona crassiflora é endêmica do Cerrado brasileiro, não sendo encontrada naturalmente em outros biomas ou regiões fora do Brasil. Sua distribuição está intrinsecamente ligada às características ambientais específicas do Cerrado, como solos pobres e clima com estação seca pronunciada.
Distribuição
A espécie ocorre de forma descontínua no Cerrado brasileiro, sendo mais comum em áreas de menor déficit de umidade, como em Minas Gerais, onde o fruto é típico e muito apreciado, Mato Grosso do Sul, pequena parte do interior de São Paulo e em partes isoladas de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e leste da Bahia. Sua presença está associada a formações de cerrado stricto sensu e cerradão, adaptando-se a solos ácidos e de baixa fertilidade.
Domínios Fitogeográficos
Annona crassiflora está inserida no domínio fitogeográfico do Cerrado, um dos principais biomas brasileiros, caracterizado por vegetação savânica e alta biodiversidade. A espécie é típica de fitofisionomias como cerrado stricto sensu e cerradão, ocorrendo também em áreas de transição com matas de galeria.
Tipo de Vegetação
A espécie é encontrada predominantemente em cerrado stricto sensu, caracterizado por vegetação arbustivo-arbórea com dossel descontínuo, e em cerradão, uma formação florestal mais densa. Essas fitofisionomias apresentam solos bem drenados e vegetação adaptada a períodos de seca e fogo, condições às quais Annona crassiflora está bem adaptada.
Nomes Vernáculos
Marolo, araticum, bruto, cabeça-de-negro, pinha-do-cerrado.
Descrição Geral
Annona crassiflora, popularmente conhecida como marolo ou araticum, é uma árvore típica do Cerrado brasileiro, atingindo entre 2,5 e 8 metros de altura. Apresenta tronco tortuoso, casca espessa e fissurada, além de folhas ovadas e coriáceas, adaptadas ao clima seco do bioma. Suas flores exalam um odor característico para atrair besouros, seus principais polinizadores. O fruto, arredondado e coberto por protuberâncias, é grande, podendo chegar a 25 cm de diâmetro e pesar até 4,5 kg. Possui polpa amarelada, cremosa e muito aromática, sendo amplamente consumida in natura e utilizada na fabricação de doces, sucos e sorvetes.
Descrição das Sementes
As sementes de Annona crassiflora são grandes, elípticas, lisas e de coloração marrom-escura. Medem cerca de 2 a 3 cm de comprimento e possuem tegumento duro, o que dificulta a germinação natural. Geralmente, cada fruto contém dezenas de sementes distribuídas na polpa, que são dispersas principalmente por mamíferos frugívoros, como tatus e antas. Para facilitar a germinação, recomenda-se a escarificação mecânica ou química das sementes antes do plantio.
Requisitos de Crescimento
Annona crassiflora é uma espécie adaptada a solos pobres, arenosos e bem drenados do Cerrado. Prefere ambientes com alta luminosidade e temperaturas elevadas, sendo intolerante ao excesso de umidade. Seu crescimento é lento, exigindo paciência no cultivo. Para o plantio, recomenda-se a utilização de mudas ou sementes previamente tratadas. A rega deve ser moderada, evitando o encharcamento, pois a espécie está adaptada a períodos de estiagem.
Tempo de Germinação
A germinação das sementes de Annona crassiflora é lenta e irregular, podendo levar de 60 a 180 dias para ocorrer. Isso se deve ao tegumento duro da semente, que dificulta a absorção de água. Métodos como a escarificação mecânica ou a imersão das sementes em água morna por 24 horas podem acelerar o processo. A temperatura ideal para a germinação varia entre 25°C e 30°C.
Tempo de Colheita
Os frutos do marolo amadurecem entre fevereiro e abril, caindo naturalmente do pé quando estão prontos para o consumo. A colheita pode ser feita diretamente do solo ou dos galhos, caso os frutos estejam maduros, apresentando coloração amarelada e aroma intenso. Após a colheita, os frutos devem ser armazenados em local fresco e consumidos rapidamente, pois possuem curta durabilidade pós-colheita.
Usos
Annona crassiflora tem grande importância econômica e ecológica. Seu fruto é amplamente consumido in natura e utilizado na produção de doces, geleias, sucos e licores. A madeira da árvore, resistente e durável, pode ser empregada na fabricação de pequenos objetos e utensílios. Além disso, a espécie é fundamental para a fauna do Cerrado, servindo de alimento para diversas espécies de mamíferos e aves frugívoras. Na medicina popular, algumas partes da planta são utilizadas no tratamento de problemas digestivos e inflamações.
Cuidados e Manutenção
O cultivo de Annona crassiflora exige paciência, pois a espécie possui crescimento lento. Recomenda-se a adubação orgânica para melhorar o desenvolvimento inicial da muda. Durante os primeiros anos, é importante realizar a irrigação moderada, principalmente em períodos de seca. A poda de formação pode ser feita para estimular um crescimento equilibrado da copa. Além disso, deve-se proteger as mudas contra formigas cortadeiras e outros predadores naturais.
Referências Bibliográficas
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas do Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
RIZZINI, C.T. Árvores e Madeiras Úteis do Brasil. São Paulo: Edusp, 1971.
SILVA, J.C.; OLIVEIRA, M.E. Frutas do Cerrado: Conservação e Uso Sustentável. Brasília: Embrapa, 2010.